sexta-feira, 19 de julho de 2019

FOLCLORE





                             - Precursores dos Estudos de Folclore no Brasil –







                A bibliografia folclórica de autores nacionais é aberta por Celso de Magalhães, publicando, em Recife, no jornal Trabalho (1873), estudos comparativos sobre os romances velhos de Portugal recolhidos no Nordeste e os modelos do Romanceiro, de Teófilo Braga, posteriormente reunidos em A Poesia Popular Brasileira.

               No ano seguinte, José de Alencar lança O Nosso Cancioneiro, com análise e considerações sobre as formas poética populares, destacando-se as gestas de bois famosos. As nossas letras andavam em festas com o romantismo e o folclore entremeou as obras de Alencar.

              Com Religião e Raças Selvagens, no mesmo ano, Couto de Magalhães começa suas atividades entre os índios, prosseguindo com Contes Indiens au Brésil (1882) e, em 1876, O Selvagem, pesquisa que contou com a colaboração de soldados bilingües, autorizados por Duque de Caxias, então Ministro da Guerra.

              Silvio Romero, critico, historiador, jurista, colheu a poética popular, publicando na Revista Brasileira (1879-1880) seus Estudos sobre a Poesia Popular. Em Lisboa são editados Cantos Populares do Brasil (1883) e Contos Populares do Brasil (1885). Gustavo Barroso, ao biografá-lo no I Congresso Brasileiro de Folclore, afirma que “Ninguém nesse período de 1883 a 1951 deu ao Brasil maior cópia de Romances e Xácaras, salvo do esquecimento e destruição”.

              Mello Morais Filho foi um paisagista de usos e costumes. Dentre suas obras, Festas e Tradições Populares do Brasil (1888) cumpre o destino que lhe anteviu Silvio Romero no prefácio: “suas descrições de costumes hão de ser chamadas a depor, como documentos autêntico”.

              Pereira da Costa, Manoel Querino e Vale Cabral, do Nordeste, nascidos como Silvio Romero, em 1851; sob a tutela de seus nomes realizou-se o I Congresso Brasileiro de Folclore, que lhes celebrou o centenário. Pereira da Costa se distinguiu com Folk-lore Pernambucano; Manoel Querino se localiza preferentemente nos complexos culturais baianos, sendo o negro o ponto central; Vale Cabral deixou 15 Cadernos de Literatura Oral do Nordeste.

             José Verissimo, em 1882, publica na Revista América seus estudos sobre Tradições, Crenças e Superstições Amazônicas, e, em 1891, Barbosa Rodrigues apresenta na Revista Brasileira a pesquisa sobre Lendas, Crenças e Superstições, seguindo com Poranduba Amazonense (1890).

               Um rumo diferente daria aos estudos de folclore, iniciando estudos científicos sobre o negro, derrubando os limites socioculturais da época, e desvendando o pensamento africano com L’animisme fetichiste des nègres de Bahia (1900) e Os Africanos no Brasil (1933).

               Nas primeiras décadas do século XX, João Ribeiro, historiador e filólogo, ministra na Biblioteca Nacional (1913) o primeiro curso de Folclore e com tenacidade e paciência percorria dos Vedas á quadrinha popular o caminho no qual poderia deparar-se com a solução de problemas de exegese. Tornou o Folclore como ciência psicológica e em 1919 publica O Folclore.

               Amadeu Amaral (SP) considerava que o povo tem uma ciência a seu modo, uma arte, uma filosofia, uma literatura (ciência, arte, filosofia, literatura anônimas). Tem também um direito, uma religião e uma moral que se distinguem dos que lhe são impostos pela cultura da escola ou lhe vêm por infiltração natural de influências ambientais – muito embora possam ter tido uma origem cultural remota, mas já trabalhada por um inconsciente processo de adaptação da psique coletiva. Pioneiro da dialetologia nacional com Dialeto Caipira (1920), sugeriu á Academia Brasileira de Letras a centralização dos estudos de Folclore, propôs a fundação de uma associação em São Paulo, que funcionasse a modo de mutirão, com material metodicamente arquivado, numa forma rudimentar de banco de dados. Publicou trabalhos em O Estado de S. Paulo na década de vinte, depois reunidos em Tradições Populares (1948).

               Lindolfo Gomes (SP) foi o primeiro a estudar o conto cientificamente e a esboçar um sistema de classificação, no Brasil. Publicou Contos Populares, 1931.

               Entre os continuadores, Mário de Andrade; amou o povo e lhe bebeu a sabedoria. Foi o primeiro a fazer pesquisa de campo, a formar equipe de pesquisadores, realizando, em 1938, no Norte e Nordeste, o mais denso e rico levantamento folclórico. Legou extensa bibliografia na qual comparecem não apenas as resultantes das pesquisas, mas as indagações e os problemas situados em pontos vitais da ciência.

               Impossível arrolar os nomes de tantos e tantos mestres que abriram veredas e ergueram conclusões normativas; mas figuram nas bibliografias especializadas e em várias obras folclóricas. Dentre as primeiras: O Folclore no Brasil, de Basílio de Magalhães; Manual Bibliográfico de Estudos Brasileiro, de Rubens Borba de Morais; Bibliografia do Folclore Brasileiro, de Bráulio do Nascimento; Boletim Bibliográfico, do IBECC.



Maria de Lurdes Borges Ribeiro, FOLCLORE, Biblioteca Educação É Cultura, págs. 28, 29, e 30, Rio de Janeiro – 1980.








                                                       - O CORONEL –






O Coronel
Mandou comprar
O Iorubá além-mar.


O Coronel
Desafiou o Paiaiá
O Maragojipe e o Sabujá.


O Coronel
Mandou atacar
O comboio da Coroa.


O Coronel
É meu padrinho
E do povo, todo de lá.



Matias Moreno. O CORONEL. Álbum: Maré Alta. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2005.







- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Coronel (Xácara)
Álbum: Maré Alta





Foto: Adela Aragón Lópes





Até breve !!!
obrigado por vossa companhia...






          






quinta-feira, 11 de julho de 2019

A CABOCLA






                                                      - A CABOCLA -




Joga
Confete na Pemba.


Mistura
Água Benta
Com alfazema.


Joga
Pataca...
Bilhete...
E moeda.


Na Cabocla
Do Andor.


E tenha fé
No seu Côrôcôcô.




Matias Moreno. A Cabocla. Álbum: Boa Viagem. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2013.







- SALÃO DE AUDIÇÃO -

A Cabocla. (Modinha)
Álbum: Boa Viagem.







Foto: Adela Aragón Lópes







Boa Viagem !!!
até breve e obrigado pela companhia.