Boa tarde Amigos! juventude inteligente, senhores e senhoras que acompanham nossas publicações, hoje estamos aqui para apresentar o ritmo Samba. Nascido, alguns, de Folguedos Religiosos, outros não . Samba Raiado - No “Samba do Partido Alto” ,em roda, depois de cada estrofe, um dos dançadores, que são chamados “raiadores”, sai a dançar. As mulheres dançam o “Miudinho”. Cada dançador, partindo dos instrumentistas, dá duas voltas na roda e termina com uma “umbigada”. Outra estrofe é cantada e, depois dela, o elemento que recebeu a “umbigada” sai a sambar. Assim por diante. Os “raiadores” exibem todo seu talento coreográfico nos solos. Há acompanhamento de palmas além dos instrumental. O autor cita entre os instrumentos: violões, cavaquinhos, flautas, pandeiros, pratos de mesa e faca.
( Renato Almeida – Historia da Musica Brasileira).
O Samba Raiado foi um sub-gênero
musical do Samba
trazido à cidade do Rio de Janeiro pelas "tias
baianas" no início do século XX.
Era uma variante do Samba-de-Roda e era sempre acompanhado por palmas e
pelo ruído forte e estridente de pratos de louça raspados com facas de metal
(...). Existem algumas controvérsias sobre o termo samba-raiado,
uma das primeiras designações para o Samba. Sabe-se que o samba-raiado é
marcado pelo som e sotaque sertanejos/rural baiano trazidos pelas tias baianas
ao Rio de Janeiro. Segundo João da Baiana, o Samba Raiado era o mesmo que Chula Raiada ou samba de partido-alto. Já para o sambista Caninha, este foi o
primeiro nome que teria ouvido em casa de tia Dadá. Na mesma época, surgiram o samba-corrido
— que possuía uma harmonia mais trabalhada, mas ainda com o sotaque rural
baiano – e o samba-chulado, mais rimado e com melodia que
caracterizariam o samba urbano carioca.
(MARCONDES,
Marcos Antônio. Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e
popular. 3. ed. São Paulo).
Vejam vocês amigos, na canção "Capoeira ", de nosso Cd Na Boca do Povo o Samba de Roda saúda as rodas de Capoeira da Bahia do Séc. XX .
Samba de Roda – O Samba de origem
africana, em seus primórdios era executada em roda, com bailarinos solistas,
como o Batuque e com êle confundia-se. Com o passar dos anos, foi sofrendo
modificações e, em cada estado do Brasil onde é encontrado, apresenta
caracteristicas próprias. Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo são os estados em
que o Samba apresenta aspectos marcantes e modalidades mais conhecidas. A
Bahia, especialmente, dado a acentuada influência africana, possui variações
mais ousadas e policrômicas. Dentre elas destacam-se o “Samba da Chave”, o
“Bole-Bole” e o “Samba de Partido Alto”, cujas coreografias já foram observadas
e reveladas, além dos Sambas: Corrido, Batido, Chulado, Letrado, Bate-Bau,
Balaio, Bahiano.
(Giffoni, Maria Amelia Correia – Danças
Folclóricas Brasileiras, pag. 233).
O “Samba de Roda” em Caçapava.(1918 e 1922) iniciava-se, com desafio entre dois violeiros durante o qual notava-se “Passes de viola, isto é, acrobacias feitas com os proprios instrumentos”. Depois daquele seguia-se a parte coreografica. Para inicia-la um cantador lançava quadra ou distico os homens respondiam ao mesmo tempo que, batendo os pés, formavam um circulo cujo centro era ocupado pelos instrumentistas (que tocavam viola e caixa). Cantando pediam as mulheres que entrasse para a roda. Estas intercalavam-se no circulo dos homens, um atrás do outro (“Fila Indiana”). A roda progredia, dançadores gingando, com a mão na cintura ou no ombro de quem ia a sua frente.
( Lima, Rossini Tavares – 1954 – Melodias e Ritmos no Folclore de São Paulo ).
Cornelio Pires relata que os sambadores formavam roda e requebravam “em trejeitos grotescos, cantando quadras amorosas, que são seguidas de coro”. As mulheres quando “tiradas” dançam com os “braços erguidos sôbre a cabeça, segurando um lenço em duas pontas em lânguidos meneios... requebrando roliços quadris”.(Sambas e Caterêtês – Cornelio Pires).
"No Estado do Rio era conhecida a Xiba, considerada designação regional dada ao Batuque ou Samba. Alguns autores opinam pela origem Portuguêsa desta dança que teria sido adotada pelos negros brasileiros. Melo Morais Filho considera-o elemento nacional, que imperava absoluto e descreve-o naquele estado: “lânguido... buliçoso... bamboleado, macio, palmeado e, sapateado”. Recentemente, foi encontrado em Ubatuba(São Paulo) apresentando, tambem, palmeado e sapateado, além de canto. Formação em duas e quatro fileiras em roda." (Giffoni, Maria Amalia Correia – 1964 – Danças Folclòricas Brasileiras, pag 235).
O molejo do Samba Baiano, movido ao vapor do Reconcavo. É com alegria que o ritmo na música "O Vapor" do Cd Na Boca do Povo, traduz o Samba Bahiano - Os “Sambas Bahianos” no geral, tem feição de
concurso e procuram evidenciar o melhor dançarino. Os nomes extravagantes que
recebem provêm de detalhes observados em suas coreografias e se relacionam,
também com o texto dos versos. Além de incluir a “Umbigada” e três passos
fundamentais: “Corta-a-Jaca”, “Separa-o-Visgo” e “Apanha-o-Bago”. Dos quais não
se conhecem pormenores. Ainda são considerados elementos fundamentais na
execusão do “Samba Bahiano” o “Miudinho” e “Vamos Peneirar”. Os Cantos quase
sempre, são tirados por um Cantor e com menor freqüência pelos dançarinos
solistas. A roda responde em
côro. A forma verso e refrão é a mais comum. Quando não há
refrão para o côro o “Samba” é denominado “Samba-Corrido”. Entre os
instrumentos notados no “Samba-Bahiano” cita-se: violões, chocalho, pandeiro e
mais raramente acrescem-se castanholas e berimbaus de boca.
(GIFFONI, Maria Amália Correia – Danças Folclóricas
Brasileiras. Pag 234).
É senhores e senhoras, que estrada maravilhosa, a de nossa Cultura Popular, nossas Folias e Ritmias. É animador partilhar com vocês e sintam-se à vontade para trocarmos conhecimento. Antes de despedir-nos, queremos lembrar que estamos preparando nossa agenda para continuar nossa viagem, mas a estação Na Boca do Povo ainda despacha ritmos da nossa "Mala do Folclore". Ah! e atenção ao nosso endereço sonoro https://www.youtube.com/watch?v=QSNJ-xQex8U. Então, obrigada a todos sempre!. Até breve.
Ficha Técnica |
Ao Canto e Afoxé : Ana Maria
Ao Canto e Violão: Matias Moreno
Autor e Compositor: Matias Moreno
Gravado com o quarteto do Studio Corsário: Percussão: Zé Ferrete
Sax: Daniel Victor
Teclado: Cézar Tulio
Viola Sertaneja: Luiz da Viola
Gravação: Miguel Rohffaman
Dailton Santana
Mixagem: Dailton Santana
Capa: José Raimundo M. Rocha / SB
Realização: Dominique
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