-
FOLKLORE – É ciência de psicologia coletiva, observada
através de pesquisas e todas as manifestações espirituais, materiais e
culturais do povo. Nenhuma ciência, como o folclore, possui maior espaço de
pesquisa e aproximação humana. Cultura do geral no homem, da tradição e do
milênio na atualidade do heróico no quotidiano, é uma verdadeira história
normal do povo. Seu nascimento nominal foi a proposta de William John Thoms (1803-85),
na revista londrina ATENEU, em 22 de agosto de 1846, dando ao vocábulo folclore
a expressão abrangedora da literatura oral, substituindo o Popular Antiquities.
Thoms era arqueológo e o nascente folclore subordinava-se á Arqueologia e á História.
Cem anos depois com a riche et mouvante complexité do objeto folclórico, como
escreveu George Henri Riviére, a definição e campo de estudos constituem debate
ainda aberto. A estreita interdependência com a Etnografia, Sociologia, Novelística,
Psicologia Experimental, Antropologia Cultura, justifica a frase de A. Marinus:
Il ne faut pas s’inquiéter de savoir oú commence, oú s’arréte le folklore. Para
nós compreende o canto, dança, música e etnografia, desde que a participação
popular mantenha as característica do fato folclórico, antiguidade,
persistência, oralidade e permanência. A. van Gennep em carta a C. Nourry
Saintyves, 8-XI-1935, declarava não ser possível precisar os limites do
folclore, et l’on ne peut assigner des limites précises de nos jour, á aucune science,
même aux sciences á base mathématiques. O próprio dogma do Le Folklore est em
réalité, une étude de la mentalité populaire dans une nation civilisée
(Saintyves), sofre modificações, pois há sempre uma ambivalência cultural no
mundo, e todas as civilizações apresentam duas formas de conhecimento coletivo,
o sagrado, hierárquico, religioso, e o popular, comum, tradicional. Desta
maneira os povos rudimentares, os contemporâneos primitivos (George Peter
Murdock) têm essas duas fases permanentes e paralelas de vida intelectual. A
cultura é. Nessa acepção, o saldo da sabedoria na memória popular. Ao inverso
do clássico Quotidiana Vilescunt, o quotidiano é uma força permanente de
conservação e desenvolvimento. Sobre o problema da definição e objeto (ver P. Saintyves,
MANUEL DE FOLKLORE, Paris, 1936.
André Veragnac, FOLKLORE, Napoli, 1946.
Luis de Hoyos Sáins, e Nieves de Hoyos Sancho, MANUAL DE
FOLKLORE, Madrid, 1947.
J. Imbeloni, CONCEPTO Y PRAXIS DEL FOLKLORE COMO CIENCIA,
Buenos Aires, 1943.
Jesús C. Romero, EL FOLKLORE EN MEXICO(discussão dos
verbetes dicionarizados), no Boletim de la Sociedad Mexicana de Geografia y
Estatistica), tomo LXIII, n. 3, 1947.
Melville J.
Herskovits, FOLK-LORE AFTER A HUNDRED YEARS: A PROBLEM OF REDIFINITION, Jornal
of American Folk-lore, vol. 59, n. 233.
Augusto Raul Cortazar, BOSQUEJO DE UMA INTRODUCIÓN AL
FOLKLORE, Tucumán, Argentina, 1942.
Seán Ó
Suilleabháin, A HANDBOOK OF IRISH FOLK-LORE, Dublin, 1942.
P.
Sebillot, LE FOLKLORE, Paris, 1913.
A. van
Gennep, LE FOLKLORE, Paris, 1924.
J. Leite de Vasconcelos, ETNOGRAFIA PORTUGUÊSA, vol. I, Lisboa, 1933.
Emma Emily
Kiefer, ALBERT WESSELSKI AND RECENT FOLK-TALE THEORIES, Indiana University
Publications, Bloomington, 1947.
Stith
Thompson, THE FOLK-TALE, New York, 1946.
Franz Boas,
RACE LANGUAGE AND CULTURE, New York, 1940.
Alexander
Haggerty Krappe, THE SCIENCE OF FOLK-LORE, Londres, 1940
Conde de Puymaigre, FOLK-LORE, Paris, 1885.
Ismael Moya, DIDÁCTICA DEL F0LKLORE, Buenos Aires, 1948.
Vicente Garcia de Diego, TRADICIÓN POPULAR O FOLK-LORE,
Revista de Tradiciones Popular, I, Madrid, 1944, etc.
Para informação do movimento e doutrinas no Brasil:
Basílio de Magalhães, O FOLCLORE NO BRASIL, 2º Ed., Rio de
Janeiro, 1939.
Renato Almeida, HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA, Rio de
Janeiro, 1942.
Joaquim Ribeiro, INTRODUÇÃO AO FOLCLORE BRASILEIRO, Rio de
Janeiro, 1929.
Gustavo Barroso, AS COLUNAS DO TEMPLO, Rio de Janeiro, 1932.
Amadeu Amaral, TRADIÇÕES POPULARES, São Paulo, 1948.
Afrânio Peixoto, MIÇANGAS, São Paulo, 1931.
Afonso Arinos, LENDAS E TRADIÇÕES BRASILEIRAS, Rio de
Janeiro, 1937.
João Ribeiro, O FOLCLORE, Rio de Janeiro, 1919.
Silvio Romero, ESTUDOS SOBRE A POESIA POPULAR DO BRASIL, Rio
de Janeiro, 1888.
Raffaele Corso, LA NUEVA CONCEPCION DEL F0LKLORE, Boletim de
la Asociación Tucumana de Folklore, vol. I, nº 9-10, Argentina, 1951.
Iouri
Sokolov, LE FOLKLORE RUSSE, “Definition et objet”, Payot, Paris, 1945.
STANDARD
DICTIONARY OF FOLK-LORE, AND LEGEND, ed. Funk and Wagnall’s C.°, New York.
Raffaele Pettazzoni, MITI E LEGENDE, Turim, 1948).
Luís da Câmara Cascudo, DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO,
págs. 269-270, Rio de Janeiro, 1954.
- CAIPORA –
Lá vem o moleque pelado
Montado no porco-do-mato
Meu Deus !!! é sexta-feira
Estou perdido no mato.
Vai caipora... vai correr mundo
Montado no porco-do-mato
Apareceu o moleque pelado
É sexta-feira no mato.
Oh!!! Sinhá de terreiro
Oh!!! Senhor de engenho
O caipora foi embora
E levou o fumo inteiro.
Chô... chô... caipora, chô...
Deixa meu amor dormir
Vai embora pelo mundo
Vai e leva teus animais.
Matias Moreno, CAIPORA, Álbum: Cisca-Fogo, “Ana Maria &
Matias Moreno”, Paris - 1996
- SALÃO DE AUDIÇÃO -
Caipora (Balanceio)
Álbum: Cisca-Fogo
Obrigado pela companhia !!!
até breve...