- Na Boca do Povo -
Trem de ferro
Saiu da Bahia...
Fazendo Piauí
Até o Ceara.
Trem de ferro
Não, vai passar...
Na Estrada de Boiada.
Eu vou buscar
O meu amor
É na poeira.
Lá “debaixo da palmeira”
É capoeira...
Seu maquinista, por favor.
Solta a carreira
De Cachoeira a Feira
Por favor.
Eu sou filho de Bahiana
E, fui criado no samba
Meu tio... era um congerê
Minha tia... uma muama.
Sou capoeira de Angola
Oxum... Minha Bahia
Lá, no Campo da Pólvora
Eu brincava... todo dia.
Lenço branco em Coqueiro
Sete abraços em Najé
No caminho do rio
Nas quebradas da maré.
A branca... vale um conto
A morena... um conto e cem
E a mulata... vale tudo
Pelo bobozinho, que tem.
No Rosário... tem vatapá
No Rosário... tem caruru
A moqueca da neguinha
Arroz de coco e caju.
O meu beijo... é doce
Doce, e mais nada
É todo de chita
Com fino rendado.
Chora viola...
Caboclinha também
Chico Bento, foi embora
Eu vou embora... também.
Naquele caminho
Cavalos... tropas de burro e mula
Levavam rolos, fardos e sacos
De feijão, fumo, milho e algodão.
Eu quero canjica
Tapioca e pamonha
Dormir na rede
Com cabaça e gamela.
Matias Moreno. NA BOCA DO POVO. Álbum: Na Boca do Povo. “Ana
Maria & Matias Moreno”. (Textos/Fragmentos). São Paulo, Bahia – 1980 e
1990.
- PROGRAMA -
Na Boca do Povo. (Batuque).
Bahia Imperial. (Umbigada).
Debaixo da Palmeira. (Lundu).
Bahiano Bom. (Samba Raiado).
Capoeira. (Samba de Roda).
O Vapor. (Samba Bahiano).
Batuqueiro. (Samba Caboclo).
O Sol Raiou. (Partido Alto).
Invernada. (Rancheira).
Almas. (Moda de Viola).
Caminhos. (Toada Caipira).
Pindorama. (Banzabé).
- SALÃO DE AUDIÇÃO -