- Villa Velha -
Canta um Capoeira
Seu Partido Alto
Tão molengo...
Bambo e dengoso.
O dengo na rede, e o amor
É Nagô... de São Salvador
O beijo da pimenta Nagô
É Fulô... de São Salvador.
Quem não pode
Com mandinga...
Não carrega patuá
Barros Falcão falava
Em Pirajá.
Segunda-feira...
Eu vou á Villa
Comprar confetes
Para jogar na Lira.
Na Estrada Real
Passei, passei, passei
No “coiqui” do Cariri
Tupy, Aimoré, Carigê
Rola-Pedra, Quilombo
Nagô, Ketu, Jêjê.
O retirante se entregava
A província lhe explorava
Na construção da estrada
Santo Amaro á Villa de Santa Anna.
Manga... pinha e mamão
Jaca... lima e melão
Laranja... cana e limão.
Vaqueiro do “cavalo de couro”
Na ferração de bezerro ou novilha
No final do inverno, o sinal da fazenda
Para a feira do Capuame, ou o vale do São Francisco.
O milho deu... o pêssego comeu
Veio a formiga... e a minhoca apareceu
Pra cantar “Modinha”
Comigo e Deus...
E, Mateus.
Como as raízes
Ao nascer o caule bruto
E num rachar
De terras, do sem fim.
Você... vai chegar
Não sei... se vem
Do Sul, ou do Norte.
É alegre, quando o dia
Vai embora... e saímos
Com a sonambula noite
Atrás das poesias.
Matias Moreno. VILLA VELHA. Álbum: Villa Velha. “Ana Maria
& Matias Moreno”. (Textos/Fragmentos). Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia –
1970, 1980 e 1990.
- PROGRAMA -
Roda de Samba. (Batuque).
Flôr Nagô. (Lundu).
Villa Velha. (Chula).
Domingo. (Valsa-Maxixe).
Itapororocas. (Calundú).
A Sêca do Sertão. (Canção-Ladainha).
Tamarindo. (Canção-Caipira).
Cavalo de Couro. (Toada).
Lá na Serra. (Modinha).
O Povoado. (Carimbó).
Chegada. (Ponteio).
- SALÃO DE AUDIÇÃO -
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