Elaborando a nossa língua... . Esta semana que passou nos sentimos assim, num exercício de falares e sentir as melodias, verdadeiramente recitando na música "Almas" a imagem do vaqueiro e seus misticismos. Em nossa "Mala do Folclore" colocamos todo o nosso instrumento de trabalho com destino a estação "Cisca Fogo", é apenas uma semana de viagem nesses trilhos musicais, nos aguardem. Enquanto isso, fica para vocês mais Ritmos da estação Na Boca do Povo.
Moda-de-Viola
A temática dominante nas modas prende-se a três aspectos básicos: a saga dos boiadeiros e lavradores, o anedotário caipira e as histórias trágicas de amor e morte. A moda de viola é uma narração feita em ritmo recitativo, onde o cantador tem que contar uma história. A melodia é solta, como se fosse uma poesia falada com acompanhamento musical.(...)
“À
Moda de Viola é uma expressão da música rural brasileira que se destaca como
sendo seu maior exemplo, entre outros ritmos e estilos formados a partir das
Toadas, Cantigas, Viras, Canas-Verdes, Valsinhas e Modinhas, união de
influências européias, ameríndias e africanas.” (Wikipédia),
O livro Sambas e Cateretês, explica sobre todos os tipos de “modas”. Modas de Viola, Os Violeiros e seus gêneros de modas..., Quadrinhas (estas quadrinhas são geralmente cantadas soltas nas “canas-verdes”, “viuvinhas”, “passa-pachola” e outras danças), Recortados (em certas zonas de alta Paulista, Mogiana, Triângulo e Oeste de Minas e Goiás, após a moda do “catira”, “cateretê” ou “bate-pé”, cantam os “recortes” antes de cada sapateado), Abecês (o A.B.C., isto é, uma série de estrofes iniciadas com as letras do alfabeto, é um gênero poético cultivado em todo o país, sejam os matutos e tabaréus do Norte, os “quejeiros” goianos, os capiaus mineiros ou os caipiras paulistas), Moda catireiras e Modas diversas. (Sambas e Cateretês – Cornélio Procópio).
“A Moda-de-Viola é no geral, um canto de
caráter narrativo,entoado em terças.O palmeado e o sapateado comprendem duas
fórmulas rítmicas e os dançadores se aproximam. Davam seis passos, sapateavam e
retornavam aos lugares primitivos com sete passos arrastados. Para encerrar cada
trecho da Moda-de-Viola realizava-se o palmeado simples seguido de um pulo com
os pés juntos. O fecho era o Recortado”. (Rossini Tavares de Lima – Folclore de São
Paulo).
Turma jovem, Senhores e Senhoras! Vamos na paisagem da nossa estrada, deixando para traz mais uma estação. Felizes em apresentar nossas impressões do encontro do mar com o sertão. E vamos seguindo!
Toada Caipira – “A Toada se espalha mais ou menos por todo
Brasil. Musicalmente não tem caráter definitivo e inconfundivel da “Moda
Caipira”. Talves porque, abrangendo
varias regiões, a “Toada” reflita as peculiaridades musicais próprias de cada
uma delas. Ou talves porque, em vez de nome de um tipo especial da Canção, a
palavra “Toada” seja empregada mais no seu sentido genérico corrente na
lingua(o mesmo de moda) ou com designação de qualquer canto sem destinação
imediata. De qualquer modo parece que a “Toada” não tem caracteristicas que
irmanem tôdas as suas manifestações. O que se poderá dizer para defini-la é
apenas o seguinte: com raras exceções, seus textos são curtos – amorosos,
liricos, comicos – e fogem à forma romanceada, sendo formalmente de estrofe e
refrão; musicalmente as “Toadas” do Centro Sul se irmanam pela melódica simples”(...).
(Oneyda Alvarenga – Musica Popular
Brasileira, pag. 275-276).
Banzabê – Folguedo dos Indios Quiriris da
Bahia.(João Matos – Monografia do Curaçá).
“Os amerindios estavam na fase de dança
sagrada coletiva. As públicas quando entravam mulheres seriam modalidades de
oferenda religiosa, propiciatória às colheitas, caças e pescaria, danças
imitatórias, com significação secreta, pacificar o espirito da caça abatida ou
torná-la abundante e sem defesa. Ocorriam a máscara, a indumentária ornamental,
sugestionadora. (Theodor Koch Gumberg).
“ Os tupinambás cantavam e dançavam ao som
de “um “tamboril” em que não dobra as pancadas” levando-os para a guerra. “os
roncadores levam tamboril, outros levam buzinas, que vão tangendo pelo caminho,
com que fazem grande estrondo, como chegam à vista dos contrarios”. (Cap. CLXII. Gabriel Soares de Souza – Tratado
Descritivo do Brasil em l587).
Enfim... pegamos o trem da Música Brasileira em direção a estação "Cisca Fogo". Obrigado Amigos pela companhia. Muito mais alegrias traremos em nossa viagem. Até lá! Sem esquecer de vocês, visitem nosso endereço sonoro https://www.youtube.com/watch?v=NIvyXR6Vfwo..