À Villa Velha
"Teve por povoadores iniciais pessoas procedentes da vizinha Cachoeira que, no século XVIII, atraídos pela fertilidade do solo, estabeleceram a cultura da cana-de-açúcar, fundaram engenhos e iniciaram a construção de um arraial. Cruz das Almas (a 146 km da capital) nasceu à margem da Estrada Real que, partindo de São Félix para sudoeste, dirigia-se ao Rio de Contas e seguia rumo a Minas Gerais e Goiás.
Olá Amigos de paragens ficamos muito gratos aos parceiros da Cidade de Cruz das Almas . Seguiremos até o Ramal Feira de Santana com a felicidade de quem procura pérolas... Assim estamos aqui com a Mala do Folclore repleta de novidades com os Ritmos
Batuque – Câmara Cascudo informa que Georg Wilhelm Freireyss
(1789-1825). Naturalista alemão, falecido no sul da Bahia, descreve em l814-15,
uma viagem que fez a Minas Gerais, em companhia do Barão de Eschwege. Teve
ocasião de assistir a um Batuque e registrá-lo: “entre as festas merece menção
a dança brasileira o Batuque. Os dançadores formam roda e, ao compasso de uma
guitarra (viola) move-se o dançador no centro, avança e bate com a barriga na
barriga de outro da roda, de ordinário pessoa do outro sexo. No começo o
compasso da música é lento, porém, pouco a pouco aumenta, e o dançarino do
centro é substituído cada vez que dá uma umbigada; e assim passam noites
inteiras. Não se pode imaginar uma dança mais lasciva do que esta, razão também
por que tem muitos inimigos, especialmente entre os padres. Assim, por exemplo,
um padre negou a absolvição a um seu paroquiano, acabando desta forma com a
dança, porém com grande descontentamento de todos. Ainda há pouco dançava-se o
Batuque em Vila Rica
(Ouro Preto atual) numa grande festa e na presença de muitas senhoras, que
aplaudiam frenéticamente. Raro é ver outra dança no campo, porém, nas cidades
as danças inglesas quase que substituíram o Batuque”. (Pag. 65, ANTOLOGIA DO
FOLCLORE BRASILEIRO, São Paulo- 1944)
Lundu – “Os dançarinos estão todos de pé ou sentados. Apenas se
movem no começo, fazendo estalar os dedos num rumor de castanholas, levantando
e arredondando os braços balançando-se molemente. Pouco a pouco o cavalheiro se
anima. Evolui ao redor de sua dama, como se a fosse enlaçar. Ela, fria,
desdenha seus avanços. Êle redobra de ardor e ela conserva sua soberana
indiferença. Agora ei-los face a face, olhos nos olhos, quase hipnotizados pelo
desejo. Ela se comove. Ele se lança, os movimentos se tornam mais sacudidos e
ela treme num vertigem apaixonada, enquanto a viola suspira e os assistentes,
entusiasmados, batem as palmas. Depois ela se detém, ofegante, esgotada. Seu
cavalheiro continua a evolução durante um instante e em seguida vai provocar
outra dançarina que sai da fila e o Lundu recomeça, febricitante e sensual”. F.J. de Santana Neri, LE
FOLK-LORE BRÉSILIEN, pag. 76, Paris-1889).
Chula – Canto e dança quase desaparecidos do Brasil. As características
da Chula constituem problema que obrigou estudo a Renato Almeida (Historia da
Música Brasileira) e a Oneyda Alvarenga (Comentários a Alguns Cantos e Danças
do Brasil) na “Revista do Arquivo Municipal”, LXXX, S. Paulo. Ouvi muitas vezes
a Chula cantada, espécie de lundu ou baião, sensual, sempre cheia de pimenta
verbal e paixão comprimida, no ritmo de dois por quatro. Acompanhava-se a
violão. Pereira da Costa e Sílvio Romero recolheram muitas Chulas nas suas
coleções. A dança ainda era popular em meados do séc. XIX no Rio de Janeiro,
onde Melo Morais a viu e descreveu. Foi igualmente conhecida em Portugal, e tão
popular quanto no Brasil. Pereira da Costa e Rodolfo Garcia não a registraram
nesta acepção. Conheço chulado na acepção de embriagado. Chuládio em Pereira da
Costa. No Rio Grande do Sul parece que a Chula é o verdadeiro fandango
português do Ribatejo.
(Luis da Câmara Cascudo,
DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. Pag. 175, Rio de Janeiro – 1954).
É Amigos , estamos na estrada para valer!, e vamos passo a passo com vocês e a Mala do Folclore desenhado o nosso mapa de Folias e Ritmias do Nosso Brasil Colônia e Brasil Império. Vos aguardamos no nosso endereço sonoro: http://www.youtube.com/watch?v=nAyquB1daEM&feature=youtu.be
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Estação Velha ( Ramal de Feira ) |
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