Boa Tarde Amigos e Turma Jovem, chegamos cheios de alegrias e novos ritmos, a "Mala do Folclore" desce na estação Cisca Fogo. Encontramos nesta viagem, mais um dos ritmos do samba, ao abrir a mala trouxemos a sonoridade da viola rural baiana. Na música Casinha de Sapê encontramos o ritmo Miudinho.
Miudinho – "O Miudinho é dança e um dos passos do Samba. Eu mesmo tive ocasião de ver, na Bahia, as mulheres o dançarem em sambas de roda, de modo prodigioso. Avançam como se fossem bonecas de mola, com o corpo imóvel e um movimento quase imperceptível de pés num ritmo rápido e sempre igual:
Devagá, Miudinho
Miudinho só!
O Miudinho dança introduziu-se nos salões menos aristocráticos, com grande êxito e coreografia adaptada e par enlaçado, em “passo, curto, dengoso, afilado, feição mimosa, delicada, pouco pronunciada em seus traços, danças ou bailado popular”. No tempo da Regência, era uma das danças da sociedade, e permaneceu por muito tempo em voga".
(Renato Almeida - Historia da Musica Brasileira, pags. 163 – 164).
Côco
do Sertão -" Em Alagoas em 1917, segundo J. Barbosa Junior, o Côco era dança de
roda, que se movimentava à esquerda, sapateada. Alguns pares colocavam-se no
centro, fazendo “Bamboleios gráceis e trejeitos”, utilizando-se a Umbigada para
a substituição dos solistas. Às vezes a Umbigada não era correspondida, o
convidado esquivava-se. Depois de aceito o convite dançavam frente a frente,
dois tempos para um lado e dois para outro. Os dançadores batiam palma. O
acompanhamento instrumental era feito com ganzá. Dançava-se no terreiro. (...)
O Côco era dançado prolongadamente, começando à noite, indo até quase ao
amanhecer, quando os dançadores encontrava-se exaustos. Revestia-se de grande
animação e interesse. Quando nos salões, afastavam-se as cadeiras para dar
lugar a roda do Côco". (Aspectos
do Folclore de Alagoas e Outros Assuntos – E. Sales Cunha)
“Tanto
o Côco dança, como musica ou canto, abrange denominações variadissima,
dependendo de circunstâncias especiais como: local (Côco de Praia, Côco do
Sertão, Côco de Usina), instrumentos que o acompanham (Côco de Ganzá, Côco de
Zambê); maneira de dançá-lo (Cavalo Manco, Tropel Repartido, Travessão, Sete e
Meio), além da nomenclatura específica, variável com o texto poético musical,
maneira de cantar, etc".
(Giffoni,
Maria Amália Correia – Danças Folclóricas Brasileira, pag. 141)
“Umas
das mais antigas referências à dança do Côco fez o “Diário de Pernambuco”, em
1829, no seu Nº 246: “um matutinho alegre, dançador, a quebrar o Côco e riscar
o Baiano no meio de uma sala”. (cit. em Pereira da Costa) (Dicionário
do Folclore Brasileiro – Luis da Câmara Cascudo, pag. 189).
A alegria de dançar vem acompanhando a sonoridade da Mala do Folclore, na folia poética da música Caipora. Com o ritmo Balanceio.
Balanceio - “O
maestro cearense Lauro Maia. Precocemente falecido em 1950, aos 37 anos de
idade, ele percebeu a riqueza melódica desse manancial da música nordestina,
criando um ritmo chamado de "Balanceio", que já não era mais o
Ponteio das Violas, embora dela aproveitasse o ritmo,(...) Portanto, o Baião
surgiu como um desdobramento da batida dos violeiros nordestinos tocadores de
Lundus, passando pelo “Balanceio”,(...) A evolução passou pelo “Balanceio”, mas
incluía no dizer do próprio Humberto Teixeira: as estrofes de Rogaciano Leite e
a viola do cego Aderaldo, conhecidos compositores e instrumentistas nordestinos.
Dessa mistura nasceu o Baião." (TINHORÃO, José Ramos, Pequena História da
Música Popular).
“Eu
costumo dizer o seguinte: o Baião deslizou no tapete, na esteira, na trilha que
o Balanceio deixou...” Humberto Teixeira – (Concedida em 1977 ao Pesquisador
Nirez)
“Sabemos
que para dançar este novo tipo de Baião. Humberto Teixeira idealizou quatro
movimentos fundamentais: “Xoteando”, (consiste na execução de deslocamentos
laterais, à moda do Schottisch); ”Pisando em Brasa”, (é o passo mais
característico no qual o pé se levanta um tanto do chão); “Balanceio”, (em que
há gingado do corpo para o lado); “Currupio” ou “Carrapeta”, (em que o par gira
em torno de si). (...) nos salões é dançado simplesmente, com avanços recuos e
giros normais obedecendo ao seu ritmo. (...). há também “Balanceios”, de que
falam os Baiões atuais e “Giros e “Rodopios”, que faziam parte dos Baiões de
ontem, como aparecem nos de hoje. Os passos e suas denominações são nossos.
(...). Este é o “Balanceio” nele há movimento de quadril. Para repetir o
“Rodopio” e “Balanceio”, cruzar a perna direita na frente da esquerda e
executar o passo em sentido inverso. (Giffoni, Maria Amália Corrêa – Danças
Folclóricas Brasileiras, pags. 67 e 69).
E assim pessoas queridas, iremos seguindo nossa estrada. A chegada aqui na estação Cisca Fogo, vai nos proporcionar , outros contatos e outras histórias do cotidiano de nossa viagem. Até a próxima!.
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