Amigos de estrada de prosas musicais, estamos nos preparando para partir em mais uma empreitada, desbravando o eclético e vasto mundo da Musica Folclórica Brasileira. Estamos dessa vez, aportados na Bahia de Todos os Santos. Lembrando, sempre, que a estação Cisca Fogo, abriu precedentes para chegarmos ao Litoral. Na poesia jocosa Do " Namoro no Mato (Cd Cisca Fogo), acompanhados do ritmo adocicado do cavaquinho, despachamos os folguedos Miudinho, Xerém e Embolada.
Miudinho
– A dança do Miudinho já tem os seus cajus, uma vez que encontramos referência
sua, já em 1832, em estes versos do poema pernambucano, A Columneida, impressos
naquele ano: “protestando que nunca em sua vida / aprendera a dançar o tal
“Miudinho”. Pereira da Costa, Vocabulário Pernambucano, pag. 491. (Luis
da Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro, pag. 401).
Assim, nas nossas andanças, curtimos a despedida da paisagem sertaneja ao som de nossa releitura musical, na poesia "São João", dando passagem ao Xerém.
“Eu já dancei Balancê
Xamego, Samba e Xerêm”
(Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
Xerêm
– Dança nordestina, executada em sanfona. Com o nome de Xerêm já ouvi tocar um
“Schottisch”; é uma espécie de Polca. (Luis
da Câmara Cascudo – Dicionário do Folclore Brasileiro, pag. 654, Rio de Janeiro
– l954.)
"Espécie
de Polca, dança de roda, ao som da sanfona". (Dicionário
Aurélio)
“Os
caboclos dançam nos Sambas, sapateando o Xerem, uma espécie de Schottisch”
(Gustavo
Barreto – Terra do Sol, pag. 219).
Xerém
"Dança
de passo arrastado e miúdo, como que peneirando, por isso o nome
"xerém", que é o milho pilado para alimentar pintos, e tem o refrão:
"Eu
piso milho penero xerém, eu não vou criar galinha pra dar pinto pra
ninguém".
Esta
categoria de dança possui melodias muito alegres, geralmente em tom maior e com
solo instrumental característico que confere sua identidade". (Antonio
Pedro do Acre).
Assim embola gente, dançando no terreiro, grande festa! a música Cisca Fogo, entrou na roda. Cantada pelos mestres e trançou na Embolada, foi-se a noite...
Embolada
– “Originaria do nordeste brasileiro, onde é freqüente na zona rural do litoral
e mais rara no sertão, a Embolada tem as seguintes características: melodia
mais ou menos declamada, em valores rápidos e intervalos curtos; textos
geralmente cômicos, satíricos ou descritivos, outras vezes constituído somente
de uma sucessão de palavras associadas pelo seu valor sonoro. Em qualquer dos
dois casos, o texto está cheio de alterações e onomatopéias, de dicção
complicada, que a rapidez do movimento da música vem complicar mais ainda, a
Embolada, que era a princípio um canto rural passou ás cidades e caiu no domínio
dos cantores de radio e do disco. Com esta mudança, sua complicação verbal e
rapidez foram acentuadas e perderam por isso suas manifestações urbanas certo
lirismo de que se reveste nas zonas rurais nordestinas”
(Oneida
Alvarenga – Musica Popular Brasileira, pag. 227).
"Vasco
Mariz recomenda a leitura de Théo Brandão sobre a Embolada em Alagoas".
(A
Canção Brasileira “Erudita, Folclórica, Popular”. Pag.160).
Até mais amigos, estamos felizes e gratos. Até o próximo Porto Fonte Nova, vem aí! Aguardem próximo Post Lundu, Samba de Rancho e Ciranda de Roda.
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