Samba
de Maculêlê – O grupo de Maculêlê formado por Popó, partia da sua casa à
Rua da Linha, desfilava em coluna por dois seguindo o seu mestre Barão. Na
frente empunhando um só pau vinha Popó, com sua voz forte e melodiosa tirando
as Cantigas e dando os sinais convincentes para parar ou tocar, em seguida os
dançadores batendo os Cacetetes, e finalmente o Cortejo o grupo de Músicos
tocadores.
Percorria as ruas que dão
acesso a praça, e lá em frente á matriz, começavam a saudação da casa de Deus.
Ai permaneciam dançando e cantando, sempre rodeado de curiosos e pessoas que admiravam
o Maculêlê.
Em seguida iam fazer as
visitas ás autoridades, ao Vigário da Freguesia e aos moradores da praça e ruas
adjacentes, de porta em porta paravam, saudavam cantavam, passavam a bolsa para
as ajudas ao Maculêlê.
Retornavam á Rua da Linha onde era
servida uma grande feijoada com muita cachaça e virava o Samba até de
madrugada.
(Zilda
Paim, RELICARIO POPULAR, pags. 27, Bahia- 1999)
Arrasta – Pé – Baile reles. O mesmo que
Bate-Chinela.
(Leonardo
Mota, CANTADORES, pags. 366)
Arrasta – Pé – O mesmo que Fobó ou
Forró.
(Luis
da Câmara Cascudo, DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, pags. 63, )
De todos os nossos tesouros, contar nossa história é o mais precioso deles. Entramos mar adentro. Jogamos a ancora no Porto Maré Alta, contaremos um pouco mais de nossas descobertas, Folias e Ritmias da Terra do Brasil.
Xácara – Romance, seguidilha, que se
canta á viola em som alegre, regista o DICIONARIO de Domingos Vieira. È a
definição de Morais que adianta ter vindo Xácara do castelhano. Narrativa
popular, em verso, PEQUENO DICIONARIO BRASILEIRO DA LINGUA PORTUGUESA, 2º
edição. Almeida Garrett escrevia, comentando o “Chapim Del-Rei ou Parras
Verdes” no ROMANCE RECONSTRUIDO (Baladas): “Nós temos, se não me engano, no
gênero narrativo popular, as três espécie, Romance, Xácara, Solau: no Romance
predomina a forma épica, conta e canta principalmente o poeta; na Xácara
prevalece a forma dramática, diz o poeta pouco, ás vezes nada – falam os seus
personagens muito; o Solau é mais plangente e mais lírico, lamenta mais do que
reconta o fato, tem menos diálogos e mais carpir; ás vezes, como no Solau da
Ama em Bernardim
Ribeiro , não há senão o lamento de uma só pessoa que vai
aludindo a certos sucessos, mas que os não conta” (Almeida Garrett, O
ROMANCEIRO, pags. 427-428, edição dirigida por Fernando de Castro Pires de
Lima, Ed. Simões Lopes, Porto-1949). Não se popularizou no Brasil e aparece no
uso literário, nos estudos sobre a POESIA TRADICIONAL PORTUGUESA NO BRASIL.
Xácara será, evidentemente, a Canção narrativa e daí sua fácil confusão com o
Romance.
(Luis
da Câmara Cascudo, DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, pags. 646, Rio de
Janeiro-1954).
Foto by Ana Maria |
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