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Cavalgada - Carybé
Vaqueiros e Bois - Carybé
Vaquejada em Massapê - Mestre Vitalino
Vaqueiro de Couraça - Emidio Magalhães
Vaqueiro Misterioso – Em todas as
regiões brasileiras de pastorícias, antigo Nordeste, Mato Grosso, Goiás, Minas
Gerais, Bahia, há a tradição de um vaqueiro misterioso, sabedor de segredos
infalíveis, mais destro, mais hábil, mais afoito, melhor cavaleiro, que todos
os outros reunidos.
Usa vários nomes. Ninguém sabe onde
êle mora, nem a terra em que nasceu. Aparece nas horas de vaquejada ou “apanha”
de gado novo, “ferra” ou “batida” para campear.
Vence a todos os companheiros,
Recebe o pagamento. Desaparece para surgir, vinte, cinquenta léguas adiante,
noutra fazenda repetindo as façanhas julgadas sobrenaturais.
Monta um cavalo velho ou uma égua aparentemente imprestável e cansada. Mal vestido, humilde, sofrendo “remoque” dos vaqueiros e campeadores, termina
sendo o primeiro, o mestre supremo, aclamado como um herói, desejado pelas
mulheres, convidado para os melhores lugares pelo fazendeiro.
Recusa todas as seduções e remergulha no mistério. aparecendo numa
fazenda, o vaqueiro desconhecido cerca e encaminha para o curral, êle sozinho,
quase toda a gadaria e em pouquíssimas horas.
Galopa léguas e léguas em minutos. Imobiliza touros possantes com um
gesto ou uma palavra.
Seu cavalo é um
relâmpago. No Nordeste, nas vaquejadas, corre sempre para derrubar e nenhum
novilho, nenhum garrote, foge á irresistível “mucica” que o sacode, três vezes
de patas para o ar, no chão, entre palmas.
Correndo de “esteira” não há boi-marruá, novilhote reboleiro, ou
vaca-velhaca que “espirre” para o mato, “ganhando o fechado”. No copo, garfo e
alegria é sem rival.
(Luís da Câmara Cascudo, GEOGRAFIA DOS MITOS BRASILEIROS,
“Vaqueiro Misterioso”, 411 – 415, ed. José Olympio, Rio de Janeiro, 1947).
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Obrigado pela companhia... até breve !!!
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