Cd Fonte Nova
Ficha Técnica:
Ao Canto: Ana Maria
Ao Canto e Violão: Matias Moreno
Autor e Compositor: Matias Moreno
Percussão: Sarmento
Efeitos Percussivos: Emiliano
Teclados e Efeitos: Robson
Violino: Mateus Costa/ faixa 07 com Olivaldo.
Participação dos Pataxó hã-hã-hães faixa 01
Estudio: Belwedere
Foto:Dominique
Ilustração: Renée Lefevre
As atividades musicais, do nosso Brasil, durante o período Colonial entremeia as manifestações de nossa origem. Assistindo a Bahia de Todos os Santos, define-se em nossa Mala do Folclore os Ritmos que nascera com nossa gente. No embalo das marés adentramos no xaxado e suas origens
Xaxado
-
Quando
eu entro no xaxado
Ai
meu Deus
Eu
num paro não
Xaxado
é dança macha
Primo
do baião
(Luiz
Gonzaga e Hervé Cordovil)
Segundo o folclorista Roberto Benjamin, o
xaxado é um ritmo e uma dança sertanejos, com evidentes características de
culturas indígenas, originário das regiões do Pajeú e Moxotó (Pernambuco).
Há controvérsias, no entanto,
sobre a origem do xaxado. Alguns pesquisadores, como Benjamin e Luís da Câmara
Cascudo, afirmam que é uma dança originária do alto Sertão de Pernambuco,
outros que ela tem sua origem em Portugal e alguns outros ainda dizem que sua
origem é indígena.
Pesquisas indicam que a dança já era conhecida nas regiões do Agreste e
Sertão pernambucano desde 1922.
A palavra xaxado é uma onomatopeia do barulho xa-xa-xa, que os
dançarinos fazem com as alpercatas arrastadas no chão durante a dança.
A dança é executada em círculo, com os dançarinos em fila indiana, um
dançarino atrás do outro, sem volteio, cada participante fazendo três ou quatro
movimentos laterais com o pé direito na frente, arrastando o esquerdo, numa
espécie de sapateado rápido.
Antigamente, era uma dança exclusivamente masculina, que foi divulgada
pelo Nordeste brasileiro por Lampião e seu bando, por isso ela ficou sendo
associada ao Ciclo do Cangaço. Os cangaceiros usavam a dança como grito de
guerra ou para celebrar vitórias. O rifle substituía a mulher. Como dizia o
cantor e compositor Luiz Gonzaga, um dos grandes divulgadores do xaxado, " O rifle é a dama ".
Originalmente o xaxado não era acompanhado por instrumentos. Só havia o
canto, com quadras e refrão, o arrastar das alpercatas e o compasso sendo
marcado pela pancada da coronha do rifle no chão. As letras das músicas eram
sempre agressivas e satíricas, motivo pelo qual Câmara Cascudo considerou o
xaxado como uma variante do Parraxaxá, um canto de insulto dos cangaceiros,
executados nos intervalos das descargas dos seus fuzis contra a polícia:
"Eu não respeito poliça
Soldado nunca foi gente
Espero morrer de velho
Dando carreira em tenente
Aí moleque Higino
Só tenho pra te dá:
A bala do meu rifle,
A ponta do meu punhá!"
(cultura popular)
Hoje, a dança não é mais
exclusivamente masculina, sendo dançada aos pares. O vestuário dos grupos
evidencia a sua origem, uma vez que os dançarinos se trajam de cangaceiros e
cangaceiras. Na maioria das vezes, no entanto, só os homens portam o rifle. São
acompanhados também por pífanos, zabumbas, triângulos e sanfonas.
Foi muito divulgada também por conjuntos regionais paraibanos, o que fez
com que fosse criada indevidamente a expressão xaxado da Paraíba.
Atualmente o xaxado só é visto em coreografias estilizadas de grupos
artísticos, que se apresentam principalmente nas festas juninas, sendo
executado basicamente em duas fileiras, uma masculina outra feminina. Os
dançarinos fazem evoluções, dançam juntos ou separados, arrastando sempre as
alpercatas no chão.(Recife, 30 de abril de 2010. GASPAR, Lúcia. Xaxado. FONTES CONSULTADAS: BENJAMIN, Roberto. Xaxado. In: Folguedos e
Danças de Pernambuco. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1989. p.
100-103.CASCUDO, Luís da Câmara. Xaxado. In:
FOLCLORE. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1975. p. 43. FERRAZ, Marilourdes. O canto do acauã.
Belém: [s.n.], 1978. ).
Canção
– A Canção Brasileira existe há três séculos. Acredita-se que já fazia parte
das óperas de Antonio José da Silva, O Judeu, tão apreciadas, naquela época,
nas duas pátrias; lemos suas virtudes cantadas por célebres viajantes
estrangeiros; salta-lhe a melodia dos “Árcades Mineiros”; vemo-la em todos os
salões, elegantes e modestos, até assumir a forma erudita na pena de Alberto
Nepomuceno. Não vou aqui mostrar a evolução da Modinha, nem examinar de perto a
influência poderosa que a Ópera italiana e a Valsa nela exerceram, pois o
assunto já foi exaustivamente estudado por Mário de Andrade em Modinhas Imperiais.
(Vasco
Mariz, A Canção Brasileira (Erudita, Folclórica, Popular), pag. 20, Rio de
Janeiro, 1977).
- É
Batucada -
Samba
de morro, não é samba
É
batucada, é batucada
Samba
de morro, não é samba
É
batucada, é batucada
Lá
na cidade a história é diferente
Só
tira samba malandro que tem patente
Lá
na cidade a história é diferente
Só
tira samba malandro que tem patente
Nossas
morenas vão pro samba bonitinhas
Vão
de sandália e saiote de preguinha
Nossas
morenas vão pro samba bonitinhas
Vão
de sandália e saiote de preguinha
(Caninha
/ Visconde Bicohyba)
Batucada
– ritmo ou canção do Batuque informa o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua
Portuguesa. – O mesmo que Batuque. Baile com instrumentos de percussão,
cantando-se versos, respondidos pelo côro. Não há Batucadas com instrumentos de
corda e de sopro, dizem os mestres na espécie no Rio de Janeiro. Baile de gente
pobre é batucada. Nenhuma dança caracteriza a Batucada por que todas são de
roda, com um ou dois dançarinos fazendo letras no centro. A origem desse
bailado é a África; ensinam. É bailado indígena, respondem, apontando os
desenhos nos livros de Bry e as informações dos cronistas coloniais,
especialmente Lery e Staden. A origem é do homem e essas danças com
instrumentos de percussão, palma de mão ou batidas em qualquer superfície,
existem por toda parte, e os viajantes encontraram por todo o mundo, Europa,
Ásia, África, América, Oceânia. Devem existir em Marte, Júpiter e Urano.
(Luis
da Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro. Pag. 94, Rio de Janeiro).
Até Mais Amigos e até a próxima.
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