terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Ritmos e Folias no Porto Maré Alta



Arquivo Particular



De todas as nossas paragens pelo território da Música Folclórica Brasileira o Porto Maré Alta trouxe-nos gratas surpresas. A singeleza do povo brasileiro surpreende e assim vamos traçando as rotas das sonoridades da Colonia e do Império. Seguimos agora os ritmos Samba-Bahiano, Toada e Baião.


 Samba- Bahiano - O samba baiano rural adquiriu denominações suplementares, conforme as variações coreográficas - por exemplo, o "samba-de-chave", em que o dançarino solista fingia procurar no meio da roda uma chave, e quando a encontrava, era substituído. A estrutura poética do samba baiano obedecia à forma verso-e-refrão - composto de um único verso, solista, a que se segue outro, repetido pelo coro de dançarinos de roda como estribilho. Não havendo refrão, o samba é denominado samba-corrido, variante pouco comum. Os cantos tirados por um cantador, que é um dos instrumentistas ou o dançarino solista. (Marcondes, l998)

  
Entender o deslumbramento que causa-nos ao falar do Folclore, das Sonoridades e das Ritmias, compara-se apenas ao amanhecer nesta terra Brasil. O que encontramos desenhados ,pelo criador, em nossas paisagens surpreende a todos como a presença dos Tupinambas , a exuberância da fauna, a generosidade da natureza. E assim vamos desenhando o nosso mapa e seguindo a Mala do Folclore. 


Arquivo particular
( Teatro do Morro de São Paulo-Ba.)Foto http://foliaseritmias.blogspot.com.br/ 



Toada - Entre tantos ritmos e estilos formados a partir das toadas, cantigas, viras, canas-verdes, valsinhas e modinhas, trazidos pelos europeus, a moda de viola se transformou na melhor expressão da música caipira. Com uma estrutura que permite solos de viola e longos versos intercalados por refrões, com letras quilométricas contando fatos históricos e acontecimentos marcantes da vida das comunidades, ela ganhou vida independente do catira. E seduziu grandes compositores, como os paulistas Teddy Vieira (de Buri) e Lourival dos Santos (de Guaratinguetá), já falecidos, bastante ativos entre os anos 50 e 60. Atualmente, os mineiros Zé Mulato e Cassiano estão entre os bons compositores e cantadores de modas de viola. 
(VIOLA TROPEIRA)
    

 Baião - È um ritmo de dança popular da região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado "baiano", de cujo nome é corruptela. O baião utiliza muito os seguintes instrumentos musicais: viola caipira, triângulo, flauta doce e acordeão (também chamado de sanfona). A rabeca é apontada como o instrumento característico do Baião, dada a sonoridade lembrar a da sanfona que por sua vez seria o mais identificado quando o ritmo se tornou conhecido nacional e internacionalmente. Os sons destes instrumentos são intercalados ao canto. (WIKIPÉDIA)       



Arquivo Particular
Foto by Ana Maria

  
            Agradecidos sempre! Obrigado Amigos de viagem. Estamos preparando novidades para essa semana! Aguardem-nos e fiquem em nossa companhia, no endereço:
    Visitem nossa loja: http://a-quitanda-do-folclore.webnode.com/.
                      

                                                                                                              

domingo, 16 de fevereiro de 2014

ENSAIOS E REVERÊNCIAS AO POVO BRASILEIRO

 Algo nos diz que a nossa música extrai a essência de nosso povo, nossa gente. Em meio a tantas origens , forma-se uma nação vinda de outras nações... A Música Folclórica Brasileira é, sem dúvida, o que exala de mais extraordinário dessa mistura. Nesse contexto a Mala do Folclore é que nos desperta e nos encanta com, mais uma de suas surpresas, os ritmos Samba de Maculêlê, Arrasta - Pé e Xácara. 



 Samba de Maculêlê – O grupo de Maculêlê formado por Popó, partia da sua casa à Rua da Linha, desfilava em coluna por dois seguindo o seu mestre Barão. Na frente empunhando um só pau vinha Popó, com sua voz forte e melodiosa tirando as Cantigas e dando os sinais convincentes para parar ou tocar, em seguida os dançadores batendo os Cacetetes, e finalmente o Cortejo o grupo de Músicos tocadores.   
                  Percorria as ruas que dão acesso a praça, e lá em frente á matriz, começavam a saudação da casa de Deus. Ai permaneciam dançando e cantando, sempre rodeado de curiosos e pessoas que admiravam o Maculêlê.
                   Em seguida iam fazer as visitas ás autoridades, ao Vigário da Freguesia e aos moradores da praça e ruas adjacentes, de porta em porta paravam, saudavam cantavam, passavam a bolsa para as ajudas ao Maculêlê.
                   Retornavam á Rua da Linha onde era servida uma grande feijoada com muita cachaça e virava o Samba até de madrugada.
(Zilda Paim, RELICARIO POPULAR, pags. 27, Bahia- 1999)



Fonte Internet



Arrasta – Pé – Baile reles. O mesmo que Bate-Chinela.
(Leonardo Mota, CANTADORES, pags. 366)

Arrasta – Pé – O mesmo que Fobó ou Forró.
(Luis da Câmara Cascudo, DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, pags. 63, )   

De todos os nossos tesouros, contar nossa história é o mais precioso deles. Entramos mar adentro. Jogamos a ancora no Porto Maré Alta, contaremos um pouco mais de nossas descobertas, Folias e Ritmias da Terra do Brasil.








Xácara – Romance, seguidilha, que se canta á viola em som alegre, regista o DICIONARIO de Domingos Vieira. È a definição de Morais que adianta ter vindo Xácara do castelhano. Narrativa popular, em verso, PEQUENO DICIONARIO BRASILEIRO DA LINGUA PORTUGUESA, 2º edição. Almeida Garrett escrevia, comentando o “Chapim Del-Rei ou Parras Verdes” no ROMANCE RECONSTRUIDO (Baladas): “Nós temos, se não me engano, no gênero narrativo popular, as três espécie, Romance, Xácara, Solau: no Romance predomina a forma épica, conta e canta principalmente o poeta; na Xácara prevalece a forma dramática, diz o poeta pouco, ás vezes nada – falam os seus personagens muito; o Solau é mais plangente e mais lírico, lamenta mais do que reconta o fato, tem menos diálogos e mais carpir; ás vezes, como no Solau da Ama em Bernardim Ribeiro, não há senão o lamento de uma só pessoa que vai aludindo a certos sucessos, mas que os não conta” (Almeida Garrett, O ROMANCEIRO, pags. 427-428, edição dirigida por Fernando de Castro Pires de Lima, Ed. Simões Lopes, Porto-1949). Não se popularizou no Brasil e aparece no uso literário, nos estudos sobre a POESIA TRADICIONAL PORTUGUESA NO BRASIL. Xácara será, evidentemente, a Canção narrativa e daí sua fácil confusão com o Romance.
(Luis da Câmara Cascudo, DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, pags. 646, Rio de Janeiro-1954).                   



Arquivo Particular
Foto by Ana Maria

                                                                                                      
                      

Agradecidos sempre! Obrigado Amigos de viagem. Estamos preparando novidades para essa semana! Aguardem-nos e fiquem em nossa companhia, no endereço:
    Visitem nossa loja: http://a-quitanda-do-folclore.webnode.com/.
                      





segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Atracamos Maré Alta!


O século de descobertas Renascentistas e atitudes Romanescas no modo de contar a nossa história. Assim é nosso cotidiano, assim vamos redescobrindo nossas Folias e Ritmias, em nossas viagens e em cada paragem, as quais, do Sertão ao Litoral alimentam o nosso imaginário. Apresenta-se a nós o Porto Maré Alta e os ritmos Samba de Coco, Romance, Canção - Iorubá.  



imagem internet
Carybé



    Samba de Coco – “José Aloísio Vilela, de Viçosa, Alagoas, reuniu informações preciosas do seu o CÔCO DE ALAGOAS (memória enviada em l951 ao Congresso Brasileiro de Folclore e fonte dessas noticias), além dos dados de observação direta da dança e fornecidos pelo grande pesquisador alagoano, sobre a origem. Vilela crê ter sido dos negros de Palmares, ocupados em quebrar o côco, horas e horas, e decorrentemente uma cantiga de trabalho, ritmada pela cadência das pedras, partindo os frutos das palmeiras pindobas. Esses primeiros cantos deixaram rasto. Em os Côcos soltos sem glosas:
                             Êh bango, banga êh !
                             Caxinguelê,
                             Come côco no cocá  (1)
A frase quebra-côco ou vamos quebrar côco indicaria convite para a tarefa ou para o canto que se tornou dança. Daí, deduzo, o Quebra-Côco contemporâneo não mais refirir-se ao trabalho e únicamente ao baile. Os gritos de excitamento, quebra, dirigir-se-iam inicialmente ao Côco e posteriormente ao baile. Demais existe o nome que denuncia oficio, trabalho. Alagoas de extensos coqueirais magníficos, reivindica com fundamento a prioridade do Côco dançado.
(Luis da Câmara Cascudo, DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, pags. 188, Rio de Janeiro – 1954)




Romance – São poemas em versos octossílabos(pela versificação castelhana e setissílabos pela nossa) refundidos e recriados nos séculos XV e XVI, com rimas assonantes nos pares e os impares livres, vindos dos séculos X, XI, XII, como as canções de gesta, registando as façanhas guerreiras de espanhóis e franceses. Foram poemas feitos para o canto nas côrtes e saraus aristocráticos, e não a poesia democrática e vulgar, feita para o povo. No século XVI, a recriação foi um processo de acomodação ao gênio popular e muitos motivos surgiram, dentro dos metros e modelos passados, versificados ao sabor do gosto popular, mas fieis aos tipos antigos. Passaram as assonâncias e tonâncias ás rimas simples, e neste caráter o Romance teve voga extraordinária, cantados e trazidos para o Brasil, como para toda a America Espanhola, pela memória do colonizador.   
Luis da Câmara Cascudo, DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. Pags. 553, Rio de Janeiro – l954)  



Arquivo Particular
Foto by Ana Maria


Desta maneira a Mala do Folclore projeta a construção de uma rota em direção a Música Folclórica do Brasil. E como sempre agradecidos a vossa presença no Porto Maré Alta, e em nossa companhia. Até breve e traremos novidades de nossa gente!


 Canção – Ioruba - Música yoruba é o gênero de música tradicional dos povos yoruba. Estes povos têm uma avançada tradição de percussão, com a característica utilização dos tambores de tensão, em particular o dundun. Estes conjuntos são compostos por vários tambores de tensão de diferentes tamanhos, juntamente com um gudugudu. O líder de um conjunto dundun é iyalu, que utiliza o tambor "para falar" imitando a tonalidade yoruba. A música yoruba foi convertida no componente mais importante da música popular nigeriana moderna, como resultado de suas precoces formas de influência européia, islâmicas e brasileiras. Estas influências promoveram a importação de instrumentos de metal, música escrita, percussão islâmica e de estilos trazidos pelos comerciantes brasileiros. Na cidade mais povoada da Nigéria, Lagos, estas tradições multiculturais uniram-se e converteram-se na raiz da música popular nigeriana. Os estilos modernos tais como o fuji de Alhaji Sikiru Ayinde, o waka de Salawa Abeni e o sakara de Yusuf Olatunji derivam da música tradicional yoruba. Compositores de música clássica como Joshua Uzoigwe e Akin Euba puseram-se em evidência no cenário musical por sua preferência pela etnomusicologia e sua tendência de utilizar em suas obras elementos da música yoruba.
(Fonte, WIKIPÉDIA)    

Obrigado as senhoras e senhores, a turma jovem que nos acompanha, aos companheiros de estrada e as pessoas simples e boa que nos recebe e nos acolhe sempre. 
Até breve amigos encontre-nos em nosso endereço sonoro




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Proximidades de Maré Alta



Nosso trabalho se expande, em profunda harmonia com a música do Brasil. Estamos nos preparando para a chegada do Maré Alta, Ritmos, Folias e Folguedos em parceria com toda a simplicidade e alegria do Povo Brasileiro. Aqui estamos nos despedindo do Porto Bate Pé e que generosamente nos deixa os ritmos Toada, Canção-Ijexá Baião ou Baiano.

Arquivo Particular





 Toada – (...) ”Musicalmente as Toadas apresentam características muito variadas; todavia as Toadas do Centro e Sul se irmanam pela melódica simples, quase sempre em movimento conjunto, por um ar muito igual de melancolia dolente, que corre por quase todas elas e pelo processo comum de entonação a duas vozes em terça.”
(Oneyda Alvarenga, MUSICA POPULAR BRASILEIRA, pags. 275-276.)



Entre todas as simplicidades que regem a nossa vida, a natureza mais primitiva, nos fornece inspiração e sopra - nos lembranças melódicas que culminam em nossos ritmos...


Arquivo Particular
Foto by Ana Maria




Canção – Ijexá
Ijexá é uma nação africana formada pelos escravos vindos de Ilesa na Nigéria, concentrada nas religiões Batuque e Candomblé. Tendo sua base em orumila-ifá, e seus métodos adivinhatorios dos odú
 O Ijexá resiste atualmente como ritmo musical presente nos Afoxés.
O Ijexá, dentro do Candomblé é essencialmente um ritmo que se toca para Orixás, Oxum , Osain, Ogum, Logum-edé, Exu, Oba, Oyá-Yansan e Oxalá.
Ritmo suave mas de batida e cadência marcadas de grande beleza, no som e na dança. O Ijexá é tocado exclusivamente com as mãos, os aquidavis ou baquetas não são usados nesse toque, sempre acompanhado do Gã (agogô) para marcar o compasso. O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.
O Afoxé Filhos de Gandhi basicamente só toca Ijexá e assim ele se mantém vivo. Herança de África, viva aqui na Latinamérica
(Fonte, WIKIPÉDIA).
                                                                                   

 Baião ou Baiano – “Dança sapateada, em que os personagens davam castanholas do começo ao fim. Estes eram convidados da seguinte maneira: sentados ou em pé, esperavam que o tocador se aproximasse, requebrando-se, e lhes fizesse uma cortesia, que constava de um comprimento aberto, no qual a viola continuava a tocar. O primeiro contemplado, após tocador sentar-se, saía pelo salão, dando castanholas, e assim, sucessivamente, vinham dançar muitos dos presentes”.
(Aluísio Alves, ANGICOS, pags.331, Rio de Janeiro-1940).      

Sempre agradecidos estamos descortinando nossas imagens Coloniais e Imperiais, como garimpeiros em terras virgens. Recolhemos cada preciosidade e lapidamos através de nossas canções. Daqui amigos, partimos para o Porto Maré Alta e como sempre vos convidando a fazer parte dessa viagem.
    Visitem nossa loja: http://a-quitanda-do-folclore.webnode.com/.