sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

SIRI-AÇÚ





                                                    - Siri-Açú -

 

 

 

Ali o siri

Corre no mangue.

 

Siri caxangá

Com o siri do mangue.

 

Siri branco

Com o siri nêma.

 

Siri da ponta

Siri boia

Siri-açú.

 

Sirirí rir

Do gereré.

 

No manguezal da ilha.

 

Matias Moreno. SIRI-AÇÚ. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

 

                                                  - PROGRAMA -

 

Canção do Mar – Guma suspendeu as velas do saveiro, puxou a âncora e aproveitou o vento. Mestre Manuel ia no “Viajante sem Pôrto” atravessando o quebra-mar. Ninguém nessa época andava mais ligeiro no saveiro que Mestre Manuel. Guma olhou o “Viajante sem Pôrto”. Ia rápido, as velas abertas ao vento. A noite descera completamente. Guma acendeu o cachimbo, acendeu a lanterna do “Valente” e o saveiro deslizou na água.

                               Perto de Itaparica alcançou o saveiro de Mestre Manuel:

                               - Vamos pegar uma aposta, Manuel ?

                               - Até onde você vai ?

                               - Maragogipe, primeiro, de lá pra Cachoeira.

                               - Então a gente aposta até Maragogipe.

                               - Tá valendo cincão ...

                               - E mais dez se tu topar – gritou o negro Antônio Balduíno que ia no saveiro de Manuel.

                               - Tá valendo ...

E os saveiros saíram juntos, cortando águas calmas. Do “Viajante sem Pôrto” Maria Clara cantava. Nesse momento Guma compreendeu que perderia a aposta. Não há vento que resista a uma canção quando é bela. E essa que Maria Clara canta é das mais belas. O saveiro de Mestre Manuel se aproxima. O “Valente” vai sem vontade, que Guma está todo no embalo da canção. As luzes de Maragogipe são visíveis à margem do rio. O “Viajante sem Pôrto” passa por êle, Guma joga os quinze mil-réis, Mestre Manuel grita:

                             - Boa viagem.

 

Jorge Amado. MAR MORTO. Págs. nº 95 e 96. Livraria Martins Editora. São Paulo – 1936.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Siri-Açú. (Canção do Mar).
Álbum: Lagoa da Onça.








Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.



Em Cartaz: Cine ABC (Música Folclórica Brasileira)
- YOU TUBE -



Até Breve...
"Boas Festas"

Muito Obrigado  !!!







 

 

 

 

 


terça-feira, 13 de dezembro de 2022

PÉ DA SERRA





                                                    - Pé da Serra -

 

 

 

Na ladainha

Os cânticos e as orações...

O foguetório anunciou

A benção do glorioso

Nosso São João.

 

A bela rezadeira

E o divino devoto

Da antiga tradição

Do tríduo consagrado

Ao nosso São João.

 

O nosso São João

Nasceu em uma feira

No porto da cachoeira

Dançando trança-fita

Folguedo e quadrilha.

 

Bumba... bumba-meu-boi

Ninguém segura a velha

No forró do pé da serra.

 

Matias Moreno. PÉ DA SERRA. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

 

                                                  - PROGRAMA -

 

 

Marcha Junina - Sua origem remonta às escolas jesuíticas para índios, que a introduziram no Brasil ainda no século XVI, tendo a mesma espalhado-se para todo o Brasil. Já em 1603. Frei Vicente de Salvador registrava em sua obra “História do Brasil” que os índios eram “muito amigos das novidades, como do dia de São João Batista por causa das fogueiras e capelas”. Das diversas festas populares, foi a primeira a criar um repertório musical próprio. Já em 1837, o padre Lopes Gama registrou em seu jornalzinho “O capuzeiro” cantigas juninas como “Acordai, acordai/Acordai João/Ela está dormindo. /Não acorda não”. Com a crescente urbanização do país, desenvolvida nas primeiras décadas do século, as festas juninas ou joaninas adquiriram um caráter de evocação de um passado rural, quando, ao redor de fogueiras buscava-se rememorar o modo de vida caipira através de caracterizações no vestuário, linguajar e comida, além da música, através de uma dança coletiva, a quadrilha. A partir de 1930, os primeiros compositores e cantores de música popular vão lançar mão desse filão, através da estilização de um determinado tipo de música, conhecida como música de São João, assim como se dava em época de carnaval com os sambas e as marchinhas. Uma das primeiras dessas composições foi a marchinha “Cai cai balão”, do compositor Assis Valente, gravada em 1933 por Francisco Alves e Aurora Miranda na Odeon. No mesmo ano, o Bando dos Tangarás gravou as cenas regionais “Festa de São João I e II”, de João de Barro, também na Odeon e Carmen Miranda e Mário Reis gravaram na Victor a marcha “Chegou a hora da fogueira”, de Lamartine Babo. Durante os anos 30 dezenas de músicas destinadas às festas juninas seriam lançadas por grandes compositores como Lamartine Babo, Braguinha, Ari Barroso e muitos outros, num processo que continuou até os anos 50, quando as transformações no mercado musical acabaram por relegar esse tipo de música a uma posição secundária. Em 1939 Dalva de Oliveira gravou na Colúmbia a marcha “Noite de junho”, de João de Barro e Alberto Ribeiro. Outro artista que compôs e gravou diversas músicas voltadas para as festas juninas foi Luiz Gonzaga, que, entre outras, gravou “Olha pro céu”, parceria com José Fernandes, “Meu Araripe”, com João Silva, e “Noites brasileiras” com Zé Dantas.

 

Dicionário Cravo Albin da MÚSICA POPULAR BRASILEIRA.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Pé da Serra. (Marcha Junina).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.





Segue em Cartaz: á "Live-Temporada"
Cine ABC (Música Folclórica Brasileira)
- Y O U  T U B E -



Até Breve ...
Muito Obrigado !!!



  

domingo, 4 de dezembro de 2022

LAGOA DA ONÇA

 




                                                       - Lagoa da Onça -

 

 

 

A Bola de fogo

Caiu na Tapera

E foi rolando caatinga

Parando no Cariacá.

 

Lagoa da Onça

Olho da Água e Piquaruçá

Seguiram o Bendengó

De Itapicuru até o Jatobá.

 

Açude...

Jeremoabo e Gameleira.

 

Contaram

Que, naquele meteorito

Viajavam os rupestres

Que falavam em hieróglifos.

 

Matias Moreno. LAGOA DA ONÇA. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

 

                                                  - PROGRAMA -

 

 

Romance – São poemas em versos octossílabos (pela versificação castelhana e setissílabos pela nossa) refundidos e recriados nos séculos XV e XVI, com rimas assonantes nos pares e os impares livres, vindos dos séculos X, XI, XII, como as canções de gesta, registando as façanhas guerreiras de espanhóis e franceses. Foram poemas feitos para o canto nas côrtes e saraus aristocráticos, e não poesia democrática e vulgar, feita para o povo. No século XVI, a recriação foi um processo de acomodação ao gênio popular e muitos motivos surgiram, dentro dos metros e modelos passados, versificados ao sabor do gôsto popular, mais fiéis aos tipos antigos. Passaram as assonâncias e tonâncias ás rimas simples, e neste caráter o Romance teve voga extraordinária, cantados e trazidos para o Brasil, como para toda a América espanhola, pela memória do colonizador. A gesta militar de outrora, o poema nacional a gôsto de Laveleye, a epopeia nacional, anônima e coletiva (LA SAGA DES NIBELUNGEN DANS LES EDDAS ET DANS LE NORD SCANDINAVE, 14, Paris, 1866) passou ao plano popular, número e heterogêneo, buscando os efeitos da emoção do lirismo do amor, temas sempre sensíveis e poderosos no espirito popular, alheio aos motivos fidalgos de luta e de conquista, ás loucuras cavalheiresca do voto do pavão e os sonhos do domínio cristão nas terras onde Cristo nascera. O séc. XVI foi a época do Romance em Portugal e justamente a fase de povoamento do Brasil. Os romances vieram cantados e resistiram até, possivelmente, o séc. XVIII, quando foram esquecidos no uso, mas não nas memorias coloniais. Apenas na segunda metade do séc. XIX os romances começaram a ser registado no norte brasileiro, já vitoriosa a campanha valorizada em Portugal por Almeida Garrett e na Inglaterra com Walter Scott.

 

Luís da Câmara Cascudo. DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. Pag. 553. Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro – 1954.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Lagoa da Onça. (Romance).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.





Em Cartaz: Cine ABC (Música Folclórica Brasileira)
- TEMPORADA -
Matinal, Matinê e Soirée.
--YOU TUBE --




Até Breve ...
Muito Obrigado !!!





 

 

 


quinta-feira, 24 de novembro de 2022

O TERREIRO





 

                                                        - O Terreiro -

 

 

 

O Conde

Dos Arcos

Quer saber...

Quem é, á Zeferina.

 

Mandou, saber

No cais...

No Terreiro...

E no Cabula.

 

Zeferina...

É da Costa do Dendê

É negra malê

Do Quilombo do Urubu.

 

Matias Moreno. O TERREIRO. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

                                                     - PROGRAMA -

 

 

Samba-Chula – Escravos músicos são sempre referidos em cronistas ou viajantes do período colonial e dos primeiros tempos do Brasil independente; músicos não apenas isoladamente, como também formando orquestras. Um anúncio de jornal carioca de 1819 oferecia á venda um escravo próprio para bolieiro, “que sabe tocar piano e marimba e algum coisa de música”. De bandas de música, além de que acima já se referiu, outras informações encontra-se ainda, com referência, por exemplo á Bahia; a fazendeira Raimunda Porcina de Jesus mantinha em Feira de Santana uma banda de música composta de escravos, dispondo de bom instrumental e de grande variedade de repertorio.

                                       Não se esqueçam também as bandas de barbeiros, que, segundo o registro de Melo Morais Filho, eram compostas de escravos negros que ensaiavam e tocavam dobrados, quadrilhas e fandangos, havia-os por toda parte: na Bahia, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em Pernambuco.

                                        Datam dos meados do século XVIII as informações mais constantes sobre os grupos de barbeiros, como banda de música, embora saiba-se que antes daquela época já deviam existir, era uma instituição que se tornou popular, que, de modo geral, se espalhava por todo Brasil. Na Bahia esses músicos eram conhecidos como “terno de barbeiros”, e segundo Manuel Querino tocavam nos festejos da Lavagem do Bomfim.

                                       Não era de estranhar a participação do negro, mesmo como escravo, em bandas e orquestras. O negro era por natureza musical e, sobretudo, cantador. Cantavam os escravos em todas as oportunidades: no trabalho do eito, não raro com cantos especiais para a manhã, o meio-dia e a tarde. Afora os cantos de trabalho na lavoura, havia os cantos de festas em bailados e festejos; cantavam carregando fardos ou piano, ou vendendo qualquer mercadoria; cantavam o fandango, o lundu, a chula, os vissungos – estes no final das refeições, passando inclusive a influir nas festas de branco e em quase toda a população. E esta influência – a do negro na música – iria prolongar-se não apenas com sua participação em atividades de cantos, mas igualmente na formação das escolas de samba, onde o elemento negro teve um papel importante.

 

Manuel Diegues Junior. A  AFRICA NA VIDA E NA CULTURA DO BRASIL. Págs. 19 e 20. Revista do Iphan nº 25 – 1997.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Terreiro. (Samba-Chula).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.  ////  Arte: "Garota" do Barracão.





Em Cartaz:
Live-Temporada.
(Cine ABC. (Música Folclórica Brasileira).
- Y O U  T U B E -


Até Breve...

Muito Obrigado !!!



 

 

 

 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

O GIQUI






                                                       - O Giqui -

 


Umbu...

Imbu...

Ambu...

Na taperabá.

 

O sertanejo

Ama... sua sombra.

 

Gado

Munge... no Curaçá

Em Cruz das Almas

Canudos e Uauá.

 

Matias Moreno. O GIQUI. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

                                                   - PROGRAMA –

 

 

Toada – Cantiga, Canção, Cantilena, Solfa, a melodia nos versos para cantar-se.

Luís da Câmara Cascudo. DICIONARIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. Pag. 615. Rio de Janeiro – 1954.

 

Toada – Tenho vivido muitos anos no sertão, só conheço Toada como sinônimo de solfa, da música, o som e o tom. Como é a Toada daquela Modinha?. É sempre ligada á forma músical e não á disposição poética. Era assim o sentido clássico do vocábulo.

Oneyda Alvarenga. MÚSICA POPULAR BRASILEIRA. Págs. 275-276. Rio de Janeiro – 1950




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Giqui. (Toada).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.  //  Arte: "Garota" do Barração.





Em Cartaz:
-Temporada-Live-
MÚSICA FOLCLÓRICA BRASILEIRA
Cine ABC. (YOU TUBE)



Muito Obrigado, por sua "visita"...

Até Breve !!!



 

 

 

 

 

 

 

 


sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O DIVINO

 




                                                          - O Divino -

 

 

 

O feixe

De madeira

Que na cabeça

Eu trouxe do matão.

 

É o lenho

De tôco e graveto

Para a fogueira

Do divino São João.

 

É a rainha do milho

Na quadrilha do sertão

É pau-de-sebo, quebra-pote

Olha o xote campeão.

 

Rabeca, viola e zabumba

E no fifó aceso

O pífano da lagoa

De Santo Antônio de Lisboa.

 

Matias Moreno. O DIVINO. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

 

                                                  - PROGRAMA –

 

 

Baião – Informa dançar-se o Baião, sinônimo de Baiano, como uma parte do Samba, havendo outra maneira do convite á dança: “ forma-se de maneira diversa da que se usa em Sergipe e nos estados do Sul: em vez da embigada, atira-se com os dedos um estado de castanhola na direção da pessoa escolhida até que se forma a quadra e, dada vênia ao Cantor começa o Baião.

Renato Almeida. HISTORIA DA MÚSICA BRASILEIRA. Pag. 161. 2º edição. Rio de Janeiro-1942.

 

Baião – Entre os Cantadores sertanejos o Baião não é canto nem dança. É uma breve introdução musical. Executada antes do “Desafio”, antes do debate vocal entre os dois Cantadores. Denominam-se também Rojão de Viola, mais comumente. O pequenino trecho executado depois de cada Cantador cantar. (Sextilha, Decima, etc.) chama-se Rojão ou Baião.

Luís da Câmara Cascudo. VAQUEIROS E CANTADORES. Pag. 143. Ed. Globo. Pôrto Alegre-1939.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Divino. (Baião).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.





- CONVITE -

- Live - Temporada -
( Dia: 27 / 11 /  2022 )
Ás 16:00 horas  --  Brasil
-- FACEBOOK --



Em Cartaz: Cine ABC (Música Folclórica Brasileira).
-- YOU TUBE -- 



Muito Obrigado... por esse encontro.

Até Breve !!!














 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O REMANSO

 




                                                       - O Remanso -

 

 

 

O remanso

Vem ... de longe

De Pirapora a Sento Sé.

 

Foi, ele...

Quem emborcou

O "Cordeiro de Miranda"

No Pilão Arcado.

 

A corredeira

Arrastou o Almirante

E sua tripulação

Até o Juazeirinho.

 

Assim...

Foi embora

O Vaporzinho.

 

Matias Moreno. O REMANSO. Álbum: Lagoa da Onça.  “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.




                                                  - PROGRAMA –

 

Moda-de-Viola – Viola: instrumento de cordas dedilhadas, por cinco ou seis, duplas, metálicas. Tendo seis cordas, repetem o mi ou o si. O encordoamento clássico era de aço, as duas primas e segundas, a terceira de metal amarelo (latão), o bordão de ré, de aço, o de lá e o de mi, de latão. A maioria (no Nordeste) tem dez trastos, as afinações variam, mi-si-sol-ré-lá ou, segundo Oneyda Alvarenga, mi-lá-ré-sol-si-mi, ou mesmo a inversão destas. É verdadeiramente o grande instrumento de Cantoria Sertaneja. Violeiro é sinônimo de Cantador. Outrora amarravam uma fita nas cravelhas, depois de cada vitória. Vi algumas Violas espetacularmente enfeitada de fitas multicolores, orgulho do Cantador que evoca os desafios representados por esses símbolos. Deve ter sido o primeiro instrumento de cordas que o Brasil conheceu. O século do povoamento, o Séc. XVI, foi a época do esplendor da Viola em Portugal, expresso nos Autos de Gil Vicente e nos Cancioneiros. O Padre Fernão Cardim cita abundantemente a Viola, o Pandeiro e o Tamboril e a Flauta. Espalhou-se por toda parte. É ainda o instrumento animador dos velhos bailes populares e devocionais no Norte e no Sul do pais. Cururu, Dança de São Gonçalo, Fandangos (quer no Auto Nordestino, quer nos bailes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo). Há imagens de São Gonçalo empunhando ou mesmo tocando Viola. Não me parece decair sua popularidade em todo território nacional.

Luís da Câmara Cascudo, VAQUEIROS E CANTADORES, 135-140, ed. Globo, Pôrto Alegre, 1939.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Remanso.(Moda-de-Viola).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.







- Em Cartaz !!! -

Cine ABC (Música Folclórica Brasileira)
Matinal, Matinê e Soirée.
 - YOU TUBE -



Até Breve ...

Muito Obrigado !!!.













 

 

 

 


terça-feira, 11 de outubro de 2022

O PAU BRASIL





 

                                                        - O Pau Brasil -

 

 

 

A folha

Da jurema.

 

O caboclo

Vai levando.

 

Vai levando

O Matalauê

E o Pankararé.

 

O Kiriri

O Rodela.

 

Vai levando...

O Cariri

O Pataxó

E o Kaimbé.

 

Na roda

Da índia Mairá

Com o índio Tuxá.


Matias Moreno. O PAU BRASIL. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.




                                                      - PROGRAMA -

 

Caiapós – É o tipo da dança dramática, espécie de Caboclinhos, representada em São Paulo pelas cidades e vilas do interior, por um grupo de homens vestindo indumentária indígena, guiado pelo Cacique (Tuxava-Pajé) e um Curumi (menino). Usam apenas instrumentos de percussão, tambor, caixa, pandeiro, reco-reco, e os indígenas são armados de arco e flecha. Não há música nem canto. O Curumi finge estar sendo perseguido por inimigos brancos e cai morto, cercado pelo bailado dos companheiros. O Tuxava faz ação de Pajé, defumando-o dançando em torno e ressuscita-o, seguindo todos para repetir o baile noutro ponto. Ocorre nas festas de Natividade e Reis, Divino Espirito Santo e Sábado de Aleluia.   

Alceu Maynard de Araújo. CAIAPÓ. “Paulistânia”, nº 40, 42-43, São Paulo, 1951.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Pau Brasil. (Caiapó).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.





- RITMOS NATIVOS -

Cine ABC
"Matinal, Matinê e Soirée"

- YOU TUBE -


Á Todas "Tribos" do Brasil...

Muito Obrigado !!!






 

 

sábado, 1 de outubro de 2022

O CANDONGUEIRO

 




                                                      - O Candongueiro -

 

 

 

O Jongo

Do tambú

Gunga...

No congo do Zambê.

 

A tribo

Do ingono

Ingomba

O socador

No tucumbo do sarambú.

 

O rancho e o cordão

De cucumbi... sorongo

E caxambú.

 

No roncador

O urucungo do maracatu

E no quimbete do fungador

O sarambeque do bumba-meu-boi.

 

Matias Moreno. O CANDONGUEIRO. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 


 

                                                  - PROGRAMA –


 Jongo – Tambú, instrumento de percussão usado nos Jongos de São Paulo. “O Tambú é um pau roliço, ôco, medindo mais ou menos um metro de comprimento e cerca de 35 a 40 centímetros de diâmetro, afinando para uma das extremidades: a posta a esta tem a boca obturada por um couro de boi, bem esticado e pregado na madeira, com tachas amarelas, e alguns cravos pretos... o Tambú é amarrado ao corpo do tocador por uma corda que dá duas voltas e assim o Candongueiro. Esta maneira difere das demais que tenho visto no Jongo de Cunha, no Batuque de Tietê, onde os tocadores de Tambú sentam-se sobre êle com as pernas abertas, para tocar”.

 Alceu Maynard de Araújo. O JONGO DE TAUBATÉ, Jornal de São Paulo, 8-2-1948.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

O Candongueiro. (Jongo).
Álbum: Lagoa da Onça.







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.






- CONVITE -


- Cine ABC -
"Matinal, Matinê e Soirée".
- YOU TUBE -



Muito Obrigado !!!



 

 

 

 


segunda-feira, 19 de setembro de 2022

BOA VIAGEM (Ritmos Brasileiros)







                                                      - Boa Viagem -

 

 

 

Disparou...

O canhão do Forte do Mar

Fecha, o portão Sinhá

Que o “bicho” vai pegar.

 

Anoiteceu

Na mata tupiniquim

A rede tupinambá

Balança o curumim.

 

Sambou... sambou...

Um caboclo encantado

Filho do terno

E pai do carnaval.

 

Rapadura

E alambique

Na Chapada.

 

Salve a mata

E a floresta do Brasil

De Oxóssi, de Obá e Ossaim.

 

Os brasões

Do império

E o símbolo

Da nossa cidade.

 

Tem festa de largo

Na quermesse da Boa Viagem

Pois o nosso Senhor

É navegante.

 

Mistura

Água Benta

Com alfazema.

 

O cortejo

Vai passar

Milho branco na rua

E foguete no ar.

 

A praia

Na Ilha da Piaçava

A seringa tapuia

Do Ubaitaba em Itacaré.

 

O moleque

Da Sinhá

Veio aqui

Para brincar.

 

Cativei... não veio

Cativei... já veio

Cativei... você

 

Cativei... prá ver

Cativei.

 

Matias Moreno. BOA VIAGEM. Álbum: Boa Viagem. “Ana Maria & Matias Moreno”. (Textos/Fragmentos). Bahia – 1974, 2005 e 2006.




                                                        - PROGRAMA -



O Forte do Mar. (Batuque).

A Oca. (Banzabê).

A Porta do Samba. (Samba-de-Terno).

O Jenipapo. (Canção Caipira).

A Mãe Preta. (Chula).

O Anjo da Vitoria. (Toada).

 

Boa Viagem. (Samba Bahiano).

A Cabocla. (Modinha).

O Cortejo. (Jongo Canção).

O Coco. (Toré).

O Moleque. (Miudinho).

Cativei. (Cantiga).



- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Boa Viagem. (Ritmos Brasileiros).







Foto: Elder Conceição.







- FACEBOOK -
Foto: Elder Conceição //  Arte: Adela Aragón López






Matinal, Matinê e Soirée

- Cine ABC (Música Folclórica Brasileira) - 

- YOU TUBE -





Até Breve...

Muito Obrigado...  por vossa visita.






 

 


terça-feira, 13 de setembro de 2022

A FOLHA DA MATA (Ritmos Brasileiros)





                                                      - A Folha da Mata –

 

 

 

Na “comedia”

Da Ilha do Paty

Eu vi ... eu vi.

 

No domingo

A alvorada festiva

Com a queima de fogos

Na pracinha principal.

 

Rainha nagô

Ganzá e tambor

Reco-reco

E cuíca.

 

Maria da alforria

Maria da caridade

Maria do festejo

Maria e seu desejo

Barroco português

 

Foi

Na folia

A beira-mar

Que o folclore

Preservou a tradição.

 

Festa

Para quem chega

Chora

Quem vai embora.

 

Na cachoeira de sete queda

No farol da beira-do-mar

Com sete filha da terra

E sete filha do mar.

 

O xéxeu

O robalo

E a sardinha.

 

Gloria a ti

Gloria... gloria

Pelos mares e campos

Bahianos, até a vitória.

 

O terno

Vai passar

Cantou a criança

A prece da oração.

 

É berimbau

No axexé

E caxixi

No oriki.

 

Sambo no maculêlê

Da Ilha de Maré

Na Conceição da Praia

E no Solar do Sodré

Lá ... eu sambo, todo dia.

 

Matias Moreno. A FOLHA DA MATA. Álbum: A Folha da Mata. “Ana Maria & Matias Moreno”. (Textos/Fragmentos). Bahia – 2003, 2004 e 2006.

 

 

 

 

 

                                                  - PROGRAMA -

 

 

A Ilha. (Samba-Jongo).

A Padroeira. (Marchinha-Caipira).

A Congada. (Congada).

Maria da Boa Morte. (Toada).

A Folia. (Frevo-Canção).

O Trem. (Sarambé).

 

A Folha da Mata. (Batuque).

Os Pescadores. (Canção).

A Colina. (Samba-Bahiano).

Terno das Almas. (Terno).

O Axé. (Afoxé)

Todo Dia. (Samba-Chula).




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

A Folha da Mata. (Ritmos Brasileiros).







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.





- CONVITE -

- Domingo -
Dia 25 / 09 / 2022.  Horário: 16.00 (Brasil)

LIVE  -  TEMPORADA
- FACEBOOK -


Matinal, Matinê e Soirée
Cine ABC
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Abraços ... Até a volta !!!
Obrigado... por vossa visita.




sexta-feira, 2 de setembro de 2022

RUA DA FESTA (Ritmos Brasileiros)





 

                                                       - Rua da Festa -

 

 

 

Na festa

Do “boi janeiro”

Tinha orobó e abará.

 

Quero bambaquerê

Quero bendenguê

Batuque e canjerê

Bambaré e bangulê.

 

Das terras de curunhanha

Dos índios Caiapós...

Ai... minha mãe de Deus

Ai... “velho chico” tem dó.

 

O povo não sabia

Do seu “caracaxá”.

 

É, o dia da erva

É, o dia da caça...

Ele é, o senhor da mata.

 

É, puxada de rede

É, samba no pé

Tem marujada

No afoxé.

 

Bateu... catopê

Bateu... sapateado

Chula e contra-dança

O rei da caixa, chegou.

 

O buriti

Cantou no brejo.

 

Quando “pintou” a ideia

De um banho nu...

A farra... pegou fogo

E foi, aquele rebu.

 

Eu, vou fazer o ossé

Axé no terreiro...

Minha mãe, vem do engenho

Meu pai, vem no saveiro.

 

Corre... a onça

Corre... a capivara

No barranco...

Do cais de Pirapora.

 

Em Cayrú...

O Ituberá e o Camamu

Vai para Tinharéa

Pelo igarapé...

O Aimoré.

 

 

Matias Moreno. RUA DA FESTA. Álbum: Rua da Festa. “Ana Maria & Matias Moreno”. (Textos/Fragmentos). São Paulo - 1980 e Bahia - 2000.

 

 

 

 

 

                                                     - PROGRAMA -

 

 

Rua da Festa. (Cucumbi).

Samba Sinhá. (Bendenguê).

A Cobra da Água. (Bendito-Caboclo).

Dadá. (Toada).

Oxóssi. (Batuque).

Puxada de Rede. (Jongo-Canção).

 

O Quilombo. (Catopê).

As Veredas. (Modinha).

A Farra. (Samba-Choro).

Na Ponta da Areia. (Batucajê).

O Carrancismo. (Cantiga).

O Mangue.(Canção).




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Rua da Festa. (Ritmos Brasileiros).







Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.





- C O N V I T E -

- Domingo -
 
Dia: 25 / 9 / 2022.  Horário: 16:00 horas (Brasil).
LIVE - TEMPORADA
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Matinal, Matinê e Soirée
Cine ABC
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A Música Folclórica Brasileira... agradece !!! á sua visita.