segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ritmos Nativos "Cisca Fogo"



Nos tempos idos do Brasil Colônia, já nas entranhas citadinas e transitórias para o Império, fez o Negro brasileiro sua sonoridade marcante em seus terreiros, com o ritmo Calundu. A Nação Indigena se referenda no trecho do poema a seguir.


Calundu -                        “Ao som de uma guitarrilha
                                         Que tocava um colomim
                                         Vi bailar na Água Branca
                                         As mulatas do Brasil...”

                               (Chansoneta – Gregório de Matos)

Baile de negros, Calundus e Feitiços, modas cantadas por mulheres-damas na cidade da Bahia, música onde satanás anda metido por ser grande poeta, contrapontista e tocador de viola... se a solfa eclesiástica foi ensinada ao “Colomim” como o caminho do bem, a música que surgia espontânea nas ruas e nas casas brasileiras nos dois primeiros séculos, foi vista pelos cronistas da época como encarnação do demônio.
(Kieffer, Anna Maria – Questão de Música Mestiça- “A Tarde Cultural, 10, Salvador, 26/9/1995”).


Toada – “Outra forma do Romance lírico brasileiro é a Toada, canção breve. Em geral de estrofe e refrão, em quadras. Melancólica e sentimental, o seu assunto, não exclusivo mais preferencial, é o amor, sobretudo na Toada Cabocla. Toada em si é qualquer cantiga, mas a referencia aqui é a essa espécie lírica tão comum e ás vêzes também sobre motivo jocoso ou brejeiro, como esta colhida em engenhos de Pernambuco, com acentuada influência do Fado:
                                               Azulão é “passo” preto
                                                Roxinol cor de canela
                                               Quem tem seu amor defronte
                                               Faz ronda, faz sentinela.”

(Renato Almeida. (Historia da Musica Brasileira, pag. 105.)



Baião – O Baião, dança e musica, abrange duas fases: a antiga que o nordeste, da Bahia ao Maranhão, conheceu durante um século e a posterior ou moderna; a partir de 1946, que atingiu todo o Brasil e se projetou no exterior.
             Já em l842, falava-se no Baiano ou Baião, difundido no Nordeste Brasileiro e muito em voga no século XIX. Era conhecido no Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Bahia, com diversas modalidades coreográficas.
(Giffoni, Maria Amália Corrêa – Danças Folclóricas Brasileiras, pag. 65.)

“O Baião não é outra coisa senão o Baiano, designação regional e uma das mais persistentes do Samba... o que o Baião apresenta de especial, realmente, é o movimento rítmico sincopado”
(Luis Heitor – Danças Sertanejas, “Cultura Política”, 46, Rio de Janeiro, 1944, pags. 302 – 303).

"Manoel de Oliveira Paiva (1891) em “Dona Guidinha do Poço” descreve o Baião no Ceará dançado no terreiro ao som de violas e com cantores. Um dançador “bateu rente no terreiro, com as mãos para trás, recuou, pé atrás, pé adiante, pisou duro, estirou os braços para frente, com a cabeça curvada e, estalando as castanholas nos seus dedos rijos fez uma roda de galo que arrasta asa” e tira uma dama. Essa sai “empinada para diante, dando castanholas para os lados”. Outro dançador “dizendo que o Baião precisa ser de quatro”, junta-se àquela e tira uma dama. Os dois pares executam “volteados”, trocam de damas e repetem as figuras. Há desafio...".
(In o Baião Folclórico, Rossini Tavares de Lima).

“Embora durante um século ou mais o Baião existisse no Nordeste, foram estas duas figuras que o fizeram atravessar fronteiras, (Luis Gonzaga e Humberto Teixeira), atingindo a Europa, sendo exibido nos Estados Unidos e invadindo o Brasil. Nas Boates paulistas em l950, tocava-se á proporção de 10 Baiões para qualquer outro gênero musical”.
(Giffoni, Maria Amália Corrêa – Danças Folclóricas Brasileira, pag. 55.).

Enriquecido é o universo da Música Brasileira, seus Ritmos e suas Folias. Alegria gente brasileira e Viva o Folclore! Conheça mais uma canção que está na estação Minha Terra!


 https://www.youtube.com/watch?v=B-0G5sRul6g. Boa Audição e até breve com a "Mala do Folclore".



Arquivo particular

Ficha Técnica:

Ao Canto e Afoxé: Ana Maria
Ao Canto e Violão, Autor e Compositor: Matias Moreno


Percussão: Emiliano
Viola-do-Sertão e Cavaquinho: Zé Rocha
Violino: Mateus Costa
Teclado:César Túlio
Sax: Daniel Victor
Gravação e mixagem: Dailton Santana
Capa: José Raimundo M. Rocha
Realização: Dominique
Studio Corsário:Salvador( Bahia).
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário