segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Caminho das águas




Conta-nos a história sobre o encantamento do estrangeiro ao adentrar a Baía, que hoje guarda o nome de Todos os Santos. Algo tão desconhecido e sutilmente surpreendente quanto o ritmo Toada, que a Mala do Folclore mostra com mais duas preciosidades de nosso cabedal musical.



arquivo pessoal


Toada – Cantiga, Canção, Cantilena; a melodia nos versos para cantar-se.
(Câmara Cascudo Luis, Dicionário do Folclore Brasileiro, pag.615, Rio de Janeiro, 1954.)

“Musica confusa, sons ruidosos, que nada dizem, sinônimo de solfa”
(Izaac Newton, Dicionário Musical, pag.283, Maceió, l904.)



Repente Amartelado – “Não há informação ameríndia para fixar a presença do Desafio na America pré-colombiana ou pré-cabralina. Os Árabes conheciam o Desafio, e a influencia é visível na música dos Cantadores sertanejos. O Desafio na África é uma projeção Árabe. Como o Desafio é, em linha reta, vindo do canto Amabeu e este pertencia a ciclo pastoral, acompanhado pelos instrumentos de sopro, os Cantadores do Nordeste cantam o Desafio, o velho, o legitimo, o verdadeiro, sem acompanhamento musical. No intervalo e entre a pergunta e a resposta executam um pequeno trecho, exclusivamente musical, enquanto um dos adversários prepara o verso seguinte. Noutros exemplos, embora sem o acompanhamento ao canto, fazem ouvir um arpejo no fim de cada verso, jamais coincidindo com a voz humana”.
(Luis da Câmara Cascudo, Vaqueiros e Cantadores, pags. 125-180, Porto Alegre, 1938).

“No Brasil, a tradição medieval ibérica dos trovadores deu origem aos cantadores – ou seja, poetas populares que vão de região em região, com a viola nas costas, para cantar os seus versos. Eles apareceram nas formas da trova gaúcha, do calango (Minas Gerais), do cururu (São Paulo), do samba de roda (Rio de Janeiro) e do repente nordestino. Ao contrário dos outros, este último se caracteriza pelo improviso – os cantadores fazem os versos "de repente", em um desafio com outro cantador. Não importa a beleza da voz ou a afinação – o que vale é o ritmo e a agilidade mental que permita encurralar o oponente apenas com a força do discurso. 
A métrica do repente varia, bem como a organização dos versos: temos a sextilha (estrofes de seis versos, em que o primeiro rima com o terceiro e o quinto, o segundo rima com o quarto e o sexto), a septilha (sete versos, em que o primeiro e o terceiro são livres, o segundo rima com o quarto e o sétimo e o quinto rima com o sexto) e variações mais complexas como o martelo, o martelo alagoano, o galope beira-mar e tantas outras. O instrumental desses improvisos cantados também varia: daí que o gênero pode ser subdividido em embolada (na qual o cantador toca pandeiro ou ganzá), o aboio (apenas com a voz) e a cantoria de viola”.
(Silvio Essinger)


Canção do Mar - "Para o folclorista Luís da Câmara Cascudo, Dorival Caymmi inventou um gênero, já que não havia antes nada que se assemelhe às suas praieiras; músicas como "A Lenda do Abaeté", "O Vento", "Canoeiro" e "O Mar", trazem um violão único que se transforma nas coisas que canta, apagando as fronteiras entre a música e o que ela "descreve”. Para quem escuta o LP, a sensação que fica é de que o sargaço, a rede, a jangada, o dorso do pescador, o amor de Rosa por Pedro, tudo está inebriado pelo violão e a voz do cantor".  ( Breno Procópio )

imagem http://agenciaboaimprensa.blogspot.com.br/

Pois bem amigos de "terras brasilis", estamos firmes no leme em busca das sonoridades de nossa Música Brasileira. A estada no Porto Fonte Nova, vai construindo um riquíssimo caminho, que pela nossa carta nautica nos levará ao Porto Lua Cheia. Estaremos sempre no nosso endereço musical, aguardando sua visita. E vamos que vamos!.               


                                  imagem: http://botelhoba.wordpress.com/






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