domingo, 27 de abril de 2014

SABEDORIA POPULAR!



Assim como o Reino Vegetal é um grande mistério, seu processo de cura,  também. Mistérios descobertos através da sabedoria popular. Mala do Folclore!  mais uma vez com o Folha da Mata nos revela os ritmos Batuque, Canção e Samba Bahiano. E Viva a Música Folclórica Brasileira.




arquivo particular



BATUQUE - “De repente, a um sinal dado, os “Cachiequi” enchem a noite de gritos estridentes, enquanto as “úcuas” e “gomas”, com as suas vozes graves, marcam o compasso tresloucado do Batuque...
                         Os velhos foram-se juntando por perto de foguinhos, comentando a habilidade dos dançarinos e a perícia dos tocadores, a recordar os velhos tempos antigos de Batuques sangrentos, ao som dos tambores de guerra. Em pouco tempo a Batucada foi esmorecendo...” 
(Albano Neves e Souza, BATUQUE, Panorama, nº 21, Lisboa, l944).






CANÇÃO – Concordo com Luis Heitor, que em um de seus escritos declarou ser na Canção “que a música brasileira encontra os seus momentos de mais intimo e efetivo lirismo, por vezes os seus momentos de mais funda afirmação nacional” (Luis Heitor Corrêa de Azevedo – LA MÚSICA EM EL BRASIL, Cuadernos Americanos, México, VI, Vol. XXXIII, maio-junho, l947, pags. 275). José Mauricio, Francisco Manuel da Silva e Carlos Gomes escreveram Modinhas que ainda hoje goza de certa popularidade, mas os seus trabalhos jamais foram incluídos nos estrambólicos programas dos virtuosi de então. A aceitação da música brasileira, da Canção em língua nacional, nos concertos de obras eruditas, data do começo do século, graças aos esforços de Alberto Nepomuceno, a primeira figura do Lied no Brasil.(...) 
(Vasco Mariz, A CANÇÃO BRASILEIRA (erudita, folclórica, popular), pags. 20, Rio de Janeiro – l977).




Arquivo Particular
Foto by Ana Maria




SAMBA BAHIANO – O Samba de Roda Bahiano é uma expressão musical coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira. Presente em todo o estado da Bahia, Ele é especialmente forte e mais conhecido na região do Recôncavo, a faixa de terra que se estende em torno da Bahia de Todos os Santos. Seus primeiros registros, já com esse nome e com muitas das características que ainda hoje o identificam, datam dos anos l860. O Samba de Roda traz com suporte determinantes tradições culturais transmitidas por africanos escravizados e seus descendentes. Tais tradições incluem, entre outros, o culto aos Orixás e Caboclos, o jogo da Capoeira e a chamada comida de azeite. A herança negro-africana no Samba de Roda se mesclou de maneira singular a traços culturais trazidos pelos Portugueses – como certos instrumentos musicais, viola e pandeiro principalmente – e á própria língua portuguesa nos elementos de suas formas poéticas o Samba de Roda pode ser realizado em associação com o calendário festivo – caso das festas da Boa Morte em Cachoeira, em agosto, de São Cosme e Damião, em setembro e de sambas ao final de rituais para Caboclos em terreiros de Candomblé. Mas ele pode também ser realizado em qualquer momento, como uma diversão coletiva pelo prazer de sambar. Essa expressão musical possui inúmeras variantes, que podem ser divididas em dois tipos principais: o Samba Chula, cujo similar na região de Cachoeira chama-se “Barravento”, e o Samba Corrido. No primeiro, ninguém samba enquanto os cantores principais estão tirando ou gritando, Chula, nome dado a parte poética dos instrumentos e das palmas, com destaque para o Ponteado feito na viola. No Samba Corrido, o canto alterna-se rapidamente entre um ou dois solistas e a resposta coral dos participantes. A dança acontece simultaneamente ao canto, e varias pessoas podem sambar de cada vez. A viola típica da região de Santo Amaro é chamada de Machete e tem dimensões reduzidas, sendo pouco maior que um Cavaquinho. Na coreografia, o gesto mais típico é o chamado Miudinho, feito sobretudo da cintura para baixo. Consiste num quase imperceptível deslizar para frente e para trás dos pés colados ao chão, com a movimentação correspondente dos quadris, num ritmo assimilável ao compasso dito 6/8. Historiadores de música popular consideram o Samba de Roda Bahiano como uma das fontes do Samba Carioca que, como se sabe, veio a tornar-se, no decorrer do século XX, um símbolo indiscutível de brasilidade. A narrativa de origem do Samba Carioca remete á migração de negros bahianos para o Rio de Janeiro ao final do século XIX, que teriam buscado reproduzir, nos bairros, situados entre o Canal do Mangue e o Cais do Porto, seu ambiente cultural de origem, onde a religião, a culinária, as festas e o Samba eram partes destacadas. O Samba de Roda é uma das jóias da cultura brasileira, por suas qualidades intrínsecas de beleza, perfeição técnica, humor e poesia, e pelo papel proeminente que vem desempenhando nas próprias definições da identidade nacional.

(Trecho da Certidão de Registro do Samba de Roda do Recôncavo Bahiano como Patrimônio Cultural do Brasil, emitido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 2005).


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