sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

SIRI-AÇÚ





                                                    - Siri-Açú -

 

 

 

Ali o siri

Corre no mangue.

 

Siri caxangá

Com o siri do mangue.

 

Siri branco

Com o siri nêma.

 

Siri da ponta

Siri boia

Siri-açú.

 

Sirirí rir

Do gereré.

 

No manguezal da ilha.

 

Matias Moreno. SIRI-AÇÚ. Álbum: Lagoa da Onça. “Ana Maria & Matias Moreno”. Bahia – 2022.

 

 

 

 

 

                                                  - PROGRAMA -

 

Canção do Mar – Guma suspendeu as velas do saveiro, puxou a âncora e aproveitou o vento. Mestre Manuel ia no “Viajante sem Pôrto” atravessando o quebra-mar. Ninguém nessa época andava mais ligeiro no saveiro que Mestre Manuel. Guma olhou o “Viajante sem Pôrto”. Ia rápido, as velas abertas ao vento. A noite descera completamente. Guma acendeu o cachimbo, acendeu a lanterna do “Valente” e o saveiro deslizou na água.

                               Perto de Itaparica alcançou o saveiro de Mestre Manuel:

                               - Vamos pegar uma aposta, Manuel ?

                               - Até onde você vai ?

                               - Maragogipe, primeiro, de lá pra Cachoeira.

                               - Então a gente aposta até Maragogipe.

                               - Tá valendo cincão ...

                               - E mais dez se tu topar – gritou o negro Antônio Balduíno que ia no saveiro de Manuel.

                               - Tá valendo ...

E os saveiros saíram juntos, cortando águas calmas. Do “Viajante sem Pôrto” Maria Clara cantava. Nesse momento Guma compreendeu que perderia a aposta. Não há vento que resista a uma canção quando é bela. E essa que Maria Clara canta é das mais belas. O saveiro de Mestre Manuel se aproxima. O “Valente” vai sem vontade, que Guma está todo no embalo da canção. As luzes de Maragogipe são visíveis à margem do rio. O “Viajante sem Pôrto” passa por êle, Guma joga os quinze mil-réis, Mestre Manuel grita:

                             - Boa viagem.

 

Jorge Amado. MAR MORTO. Págs. nº 95 e 96. Livraria Martins Editora. São Paulo – 1936.




- SALÃO DE AUDIÇÃO -

Siri-Açú. (Canção do Mar).
Álbum: Lagoa da Onça.








Foto: Elder Conceição.







Foto: Elder Conceição.



Em Cartaz: Cine ABC (Música Folclórica Brasileira)
- YOU TUBE -



Até Breve...
"Boas Festas"

Muito Obrigado  !!!







 

 

 

 

 


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